Miguel Esteves Cardoso - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Miguel Esteves Cardoso
Miguel Esteves Cardoso
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Nasceu em Lisboa em 1955. É doutorado em Filosofia Política, pela Universidade de Manchester, Inglaterra. Desde 2009 escreve diariamente no Público e, em 2013, passou a ser autor da Porto Editora, a quem confia a obra inteira. Publicou entre outros: A causa das coisas (1986), O amor é fodido (1994), A vida inteira (1995), Explicações de Português (2001). Mais aqui e aqui.

CfAs Expressões Idiomáticas na Língua e no Discurso — Um Olhar sobre as Crónicas de Miguel Esteves Cardoso

 
Textos publicados pelo autor
«Reservado é você»

«Que coisa pode dizer-se "reservado"? Este lugar, onde hão-de sentar-se pessoas para almoçar ou jantar, está reservado? O uso ou usufruto desta mesa está temporariamente reservado para quem telefonou primeiro a reservá-lo?»

[in jornal "Público" de 4/11/2014]

 

 

«Nem por isso»

 

«Pergunta-se a alguém se gosta de viver em Portugal e ele responde “nem por isso”. Não é bem “não”. É “não especialmente” (…) É a alforreca das respostas negativas». Crónica do autor transcrita, com a devida vénia, do jornal "Público" de 21/07/2014.

 

 

 Ainda acalento a esperança de vir a perceber a língua portuguesa mas, com cada ano que passa, a esperança queixa-se que está fria.

«[É difícil de ler quem escreve segundo o Acordo Ortográfico] e quem não segue? Claro que não. Habituemo-nos então às duplas grafias.Concordemos em discordar», escreve Miguel Esteves Cardoso na sua crónica publicada no diário português “Público”.

 

 

Acerca da linguagem relativa ao trânsito automóvel em Portugal, o escritor Miguel Esteves Cardoso critica a falta de economia e a artificialidade do "pretensês", ou seja, da pretensão de falar bem.

Nas auto-estradas vem o aviso: «Com chuva/Modere velocidade.» Porque é que estes sinais não conseguem falar português? Português é a língua como se fala ou como se escreve, quando se quer ser entendido.

É das coisas mais tristes — para nós, portugueses, que ensinámos os ingleses a beber chá, quando a pobre Catarina de Bragança casou com o sacana do Carlos II da Inglaterra — que chamemos chá a infusões de plantas que nada têm a ver com a planta do chá.