Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pela autora

     «Daqui, a 250 quilómetros da fronteira, junto ao rio Tejo, saem 8 % de toda a energia eléctrica espanhola.»
     Ao contrário do que é hábito ouvir e ler nos órgãos de informação portugueses – no caso em apreço na SIC1 –, o verbo devia ter ido para o singular: «Daqui, a 250 quilómetros da fronteira, junto ...

     Mais exemplos do crescente défice de português nos meios de comunicação… portugueses:

     1. Gramas de confusão

     Notícia do “Telejornal” da RTP-11de quarta-feira...

Pergunta:

Qual a frase correta: «Nomearam meu pai chefe dos guardas» ou «Nomearam meu pai a chefe dos guardas»?

Resposta:

A frase correcta é: «Nomearam o meu pai chefe dos guardas.» O verbo nomear exige complemento directo («meu pai») e nome predicativo do complemento directo («chefe dos guardas»), sem preposição. O nome predicativo do complemento directo não vem precedido da preposição a, pois o verbo nomear não a exige. Em muitos casos, o nome predicativo do complemento directo não vem precedido de preposição: «o presidente nomeou o amigo seu chefe de gabinete»; «o juiz considerou o réu inocente»; «eu considero-o meu amigo»; «o padre declarou-os marido e mulher». Esse termo vem precedido de preposição apenas se a regência do verbo o pedir ou admitir: «a população tinha o réu por homem de bem»; «chamaram o rapaz de tolo»; «ele escolheu o primo como seu defensor»; «ela aceitou-o por marido».

     «Sabemos que é embaixador da marca de automóveis Crysler, como é que isso aconteceu?»1
     É necessário um ponto final, em vez da vírgula, entre as palavras «Crysler» e «como»: «Sabemos que é embaixador da marca de automóveis Crysler. Como é que isso aconteceu?»
     Numa frase, não pode haver uma oração principal («Sabemos») e uma interrogativa directa («como é que isso aconteceu»), que é uma o...

A propósito da marcha pelo emprego promovida pelo Bloco de Esquerda, ouviu-se na peça jornalística do Telejornal da RTP-1 de 2 de Setembro p.p. que «os bloquistas percorrem o país para denunciar a precaridade, os recibos verdes (…)». E mais adiante: «Depois dos contactos de rua, seguiu-se um comício numa das zonas mais afectadas do país pelo desemprego”.