Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pela autora

     A utilização da vírgula tem justificações de natureza estilística, mas também obedece a regras relacionadas com a sintaxe. Foi o que não se leu nesta frase do jornal “24 Horas” de 12 de Setembro p.p.:
     «Também a este valor se acrescentam, ajudas de custo, viatura e telemóvel.»
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     Disse o ministro Jaime Silva 2, a propósito dos prejuízos causados por uma tromba de água em Freixo de Espádua à Cinta: «... quanto à agricultura, está a ser feita a avaliação, e o que me dizem é de que o problema é mais de qualidade do que propriamente de quantidade».
     O verbo dizer pede um complemento sem preposição: «(...) o que me dizem é que o problema é mais de qualidade (…)».

     2 in “Telejornal” da RTP-1 de 11 de Setembro p.p.

     Outro erro comum na imprensa portuguesa voltou a ler-se no “24 Horas” de 11 de Setembro p.p.: «O carro oficial do então ministro da Defesa esteve uma hora estacionado em Aveiro, num lugar para deficientes, e nenhum dos agentes da PSP que estavam no local abordaram o motorista de Paulo Portas».
     Deveria ter sido utilizado o verbo abordar na 3.ª</...

     A colocação dos pronomes átonos é uma das dificuldades da língua portuguesa, pois o pronome aparece ora antes do verbo, ora depois.
     Veja-se a seguinte passagem de uma reportagem transmitida no “Telejornal” da RTP-1 1: «António Fiúza, presidente do Gil Vicente, disse à RTP que dois dirigentes do clube <span style="BACKGROUND-...

     Outro erro recorrente é a troca do senão pelo se não. Voltou a ler-se no jornal “24 Horas” do mesmo dia sob a assinatura de Tony Melo:
     «Estes, sentindo a polícia no seu encalço, não tiveram outro remédio se não o de se livrarem da mochila, atirando-a para o chão.»
     Senão era a palavra a utilizar neste caso, pois pretendia dizer-se «excepto», «salvo», «a não ser».