Marco Neves - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pelo autor
Qual é a origem de <i>algarismo</i>?
Os "palavrões" da matemática

«Uma das palavras que escolhi foi algarismo. Aquela sílaba inicial denuncia parte da história: a palavra foi-nos trazida pelo árabe, mas teve origem no nome do matemático persa Al-Khwarizmi, que viveu entre os séculos VIII e IX.» 

Apontamento do professor universitário e tradutor Marco Neves acerca do tema do primeiro episódio do seu mais recente projeto: um podcast sobre língua portuguesa e ciência  Palavrões da Ciência –, conduzido com Cristina Nobre Soares. Texto publicado originalmente no seu blogue Certas Palavras, no dia 30 de janeiro de 2023, e aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia original.

Qual é a origem de <i>golo</i>?
A palavra golo, na verdade, são duas palavras – com duas origens bem diferentes.

«Como em tantas coisas na língua, a transformação de football em futebol e goal em golo foi um processo gradual. Cada vez mais se escreveu a forma adaptada até chegar ao dia em que já ninguém escrevia a forma original.»

Texto à volta da origem da palavra golo, da autoria do professor universitário português Marco Neves, no blogue Certas Palavras, com a data de 30 de outubro de 2022. Escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

 

Assim ou Assado
100 Perguntas sobre a Língua Portuguesa
Por Samuel Mira, Marco Neves

Organizado em dez capítulos, cada um com dez questões, o livro reproduz de alguma forma os temas tratados pelos autores nos podcasts reunidos sob o mesmo título do livro: Assim ou Assado.

Cada capítulo do livro aborda uma temática em torno de um problema da língua. Começam com o fenómeno fonético prótese, que consiste em acrescentar uma vogal, ou mesmo uma sílaba, no início de uma palavra sem que com isso se altere o sentido da palavra. Este acréscimo é considerado aceitável e mesmo formal em muitos casos e noutros é considerado errado, como em "amandar". A diversidade dos plurais de palavras terminadas em -ão e os verbos com dois particípios, ou verbos abundantes, são também analisados, bem como a distinção entre adesão e aderência e etiqueta da língua.

Sempre jogando com o sentido dos temas tratados, no quarto capítulo «Inclusão acentuada» os autores reveem as regras de acentuação, ao mesmo tempo que alertam para os casos em que há pronúncias diferentes para uma mesma palavra, como em tulipa e túlipa. A seguir falam da preferência por uma dada forma, ou palavra, e também da possibilidade que a língua proporciona de optar por palavras entradas quer por via erudita (legenda) quer por via popular (lenda) e ainda da necessidade que Samuel Mira sentiu de recorrer ao estrangeirismo liricismo, que na gíria designa o rapper enquanto autor das suas próprias letras.

O capítulo «Bairrista não patriota» conduz o leitor numa breve reflexão sobre o valor de certas palavras, como bairrismo, patriotismo, nacionalismo… De regresso a termos mais «gramaticais» os autores abordam os verbos defetivos e a possibilidade de serem usadas artisticamente formas verbais que não seriam aceit...

 Qual é a origem da palavra <i>emoção</i>?

«Para lá da forma da palavra, temos também o seu miolo, o seu significado. Para percebermos a origem da nossa palavra «emoção», tal como a usamos hoje, temos de olhar não só para o latim e para o francês, mas também para umas ilhas mais a norte… Temos de viajar até à Inglaterra do tempo de Shakespeare.» 

 

Texto à volta da palavra emoção, da autoria do professor universitário português Marco Neves, no blogue Certas Palavras, com a data de 17 de julho de 2022. Escrito segundo a noma ortográfica de 1945.

 

A língua portuguesa e a administração pública
As dificuldades do "administrês"

«Muitos dos textos do Estado parecem escritos para proteger o próprio Estado de eventuais reclamações e processos, o que se compreende. Mas, ao lado das referências às leis e portarias e tudo o mais, os cidadãos precisam de informação clara e instruções para resolver seja que problema for.»

Reflexão do professor universitário e tradutor Marco Neves publicada no portal Sapo 24 e no blogue Certas Palavras em 3 de julho, a respeito da falta de clareza do discurso administrativo – o "administrês" – praticado em Portugal, repleto de termos técnicos obscuros que os cidadãos não entendem. Texto transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia de 1945, conforme o original.