José Mário Costa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
José Mário Costa
José Mário Costa
100K

Jornalista português, cofundador (com João Carreira Bom) e responsável editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Autor do programa televisivo Cuidado com a Língua!, cuja primeira série se encontra recolhida em livro, em colaboração com a professora Maria Regina Rocha. Ver mais aquiaqui e aqui.

 
Textos publicados pelo autor

A mania de se pronunciar à inglesa tudo e nada já levou a absurdos como o "mídia", o “/aiten/” (item, do latim ‘item’) ou o Al-Qaeda. A última, num anúncio que corre actualmente na rádio em Portugal, é dizerem “/saiber(café)/”, em vez do comezinho cibercafé. Como cibernética; ou ciberespaço; ou, já agora, Ciberdúvidas...

Pergunta:

Queria saber a origem da palavra "abat-jour" e exemplos de francesismos.

Resposta:

“Abat-jour” é uma palavra francesa, que entrou há muito na língua portuguesa. A forma aportuguesada, abajur, há muito também que se encontra abonada nos nossos principais dicionários, como no da Academia das Ciências de Lisboa, no da Porto Editora e nos brasileiros Houaiss, Aurélio Século XXI e Michaelis, por exemplo.

Quebra-luz (plural: quebra-luzes) é a palavra portuguesa correspondente proposta por Rodrigo de Sá Nogueira (vide Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem, Livraria Clássica Editora, Lisboa, 2.ª edição, 1974), que, no entanto, não se impôs entre nós.

Quanto a exemplos de francesismos, sugerimos-lhe uma pesquisa pelo Ciberdúvidas, a partir das palavras francesismos, estrangeirismos ou neologismos. Basta accionar o motor de busca de todo o nossa arquivo.

Pergunta:

Gostaria de saber o que são verbos com particípio passado duplo. E quais são eles?

Resposta:

Verbos com duplo particípio passado são os verbos que utilizam, na formação dos tempos compostos, a forma regular (em -ado ou -ido), geralmente com os auxiliares ter e haver; e a forma irregular, mais curta, também chamada forma erudita por provir do latim, habitualmente utilizada com os auxiliares ser e estar.

«O particípio irregular costuma derivar directamente do latim como cultismo, ainda que algumas vezes se tenha já formado dentro da língua portuguesa por contracção. Esquecida a sua proveniência verbal, a maior parte destes particípios são usados como simples adjectivos (cego, cativo. livre) ou inclusive como substantivos (progresso, reduto).» (In Gramática da Língua Portuguesa, de Pilar Vazques Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz , Edições 70, Lisboa).

Esta é a regra geral. Mas há excepções, com alguns verbos cujos particípios passados irregulares se conjugam com os auxiliares ter e haver: coberto, escrito, ganho, gasto, pago, etc.

Apenas as formas irregulares se usam como adjectivos e são as que se empregam com os verbos andar, estar,

Pergunta:

Estou a escrever uma dissertação e preciso de escrever ranking ou, melhor seria, a sua tradução em português. Pus-me a pensar e não encontrei uma boa alternativa. Ora como os meus recursos mentais e linguísticos são limitados, venho pedir a vossa douta ajuda.

Muito grata.

Resposta:

Conforme o contexto: classificação, classificação ordenada, registo, relação, listagem (de pessoas ou instituições), lista ou lista de classificação (que, de acordo com determinados critérios, estabelece, por exemplo no desporto, uma classificação dos praticantes de determinada modalidade), etc.

Queixou-se o dr. Pedro Santana Lopes de não ter sido ele quem "despoletou" o terramoto político que abala Portugal desde que se soube que o primeiro-ministro, Durão Barroso, trocara Lisboa por Bruxelas, para assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia. Mas foi ele quem, desastradamente, voltou a confundir a espoleta com a cavilha. Confiemos que os danos se reduzam aos cabeçalhos do...