João Carlos Brito - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
João Carlos Brito
João Carlos Brito
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Professor e escritor português, licenciado em Línguas e Culturas Modernas pela Universidade de Aveiro, e pós-graduado em Bibliotecas Escolares, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Autor ou coautor, entre outros livros, de Em Português nos (Des)entendemosDicionário do Calão do PortoLugares e Palavras de Lisboa e Anjos.

 
Textos publicados pelo autor
Falar à moda do Porto
A maravilhosa viagem ao português que se fala na Invicta
Por João Carlos Brito

O livro Falar à moda do Porto tem como subtítulo A maravilhosa viagem ao português que se fala na Invicta. Da autoria de João Carlos Brito, o livro, organizado em 15 capítulos, apresenta um conjunto de termos ou expressões fixas usadas no Porto. Estão agrupados por grandes temas que vão dos "Estados de espírito" – Capítulo 1, onde se podem encontrar termos como «a ver passar os ciclistas» («andar distraído») ou como «recozer para dentro» («reprimir desgosto ou desejo de vingança»), aos temas "Fora da caixa" – Capítulo 15, que sistematizam um conjunto de expressões também elas organizadas em subtemas desde as "Coisas da bola", com termos como «dar nas orelhas da bola» («pontapear de lado, podendo errar o alvo») ao "Zoo tripeiro" em que alguns nomes de animais adquirem um novo sentido, como saltão («gafanhoto») ou toura («mulher de formas acentuadas e voluptuosas»).

O capítulo 15 termina com um conjunto de termos agrupados sob o título "Completamente fora da caixa", que reúne expressões como «Nem chus nem mus» («não diz nada») ou «um quitos» («um bocado»). Pelo meio tem ainda vocabulário sobre "Ditos e adágios", "Badalhoquices", "Coisas da rua" e muito mais.

Os restantes capítulos centram-se em diversos aspetos da vida, mais ou menos agradáveis. Focando apenas alguns, encontram-se termos sobre "Peixeirada e 'biolência'"; "Comes e bebes"; "Insultos… pra meninos e nem tanto"; "Piropos e elogios" ou "Aulas de anatomia" em dois capítulos, o primeiro com o subtítulo "Da pinha aos calcantes" e o segundo "Partes baixas e outras que tais".

Ao longo dos seus quinze capítulos, cada um com as expressões organizadas alfabeticamente, o leitor viaja pela cultura nortenha e talvez recorde, aqui e ali, um termo que lhe seja grato. O livro conta ainda com uma abundante bibliografia e com um índice remissiv...

Dicionário de Calão do Norte
A Maravilhosa Viagem ao Português Mais Português de Portugal
Por João Carlos Brito

O subtítulo desta divertidíssima recolha do também autor de Em Português nos (Des)entendemos — As melhores expressões regionais da língua portuguesa ilustra logo à partida o propósito explícito na sinopse do seu mais recente livro: a preservação desse «fabuloso tesouro que é o falar nortenho», cujas gentes «se topam à légua pela forma como tratam as vogais e uma consoante em particular, mas também [por serem] donos de um vocabulário muito próprio». 

Alguns exemplos mais sugestivos (e desconhecidos pela generalidade de quem não viva «onde não só nasceu Portugal como foi gerada a que havia de ser a língua de Camões»), por ordem alfabética conforme a estrutura da obra: «À ramaldense», «abechucho», «arencu»; «bater a caçoleta», «botar os olhos», «bufagata»; «carcaralho», «calhandrina», «caramilho»; «dar um balote», «deita-lhe lenha», «descalçadela»; «emboligar», «és de Braga», «estrôbo»; «falar para a central», «fonha-se», «Fredo Brilhantinas»; «gabeijo», «geraldina», «guardar o defunto»; «há sempre um testo para cada panela», «helicópetero», «hipipotado»; «ir como um stuka», «ir guardar os pitos ao abade», «ir medir caixotes»; «jeco», «jorca»; «larada», «lésero», «limpar o salão»; «malota», «mandar abaixo de Braga a sete léguas»; «não me toques», «nascida», «nichada»; «ocaia», «o teu pai é careca», «ovo estrelado»; «pagar for ao cabido», «pataqueira», «pincel»; «que punha!», «quinhentinhos», «quiquerichar»; «ratrocosa», «rodilhona», «roncar como um camúrsio»; «sabes mais do que a Lúcia», «sarrabulhada», «semelé»; «tá certo, senhor Alberto», «tás-te a pôr a cavalo num quarto de sêmea», «tia maria»; «um neca», «umanamula», «unhante»; «vai mamar na quinta pata do cavalo, «vigairada», «vir ao cheiro»; «xona», «xudairo», «xuxar a toca»; «zé broa», «zobaida», «zorrão».

Termos e expressões do, assim considerado pelo autor, ...

Em Português nos [Des]entendemos
As melhores expressões regionais da língua portuguesa
Por João Carlos Brito

Em quantas e variadas formas se pode expressar a língua portuguesa?

Que diferentes significados pode assumir uma palavra pronunciada em diferentes pontos de um mesmo país? É sobre esta questão – a diversidade linguística – que o professor e escritor João Carlos Brito se tem debruçado na sua produção literária, ao longo do tempo.

Um dos mais recentes resultados desse trabalho é o livro Em Português nos [Des]entendemos (Porto Editora).Título original de um dos módulos do conhecido magazine televisivo Cuidado com a Língua!, é aproveitado pelo autor para lembrar o mesmo: os falantes da língua portuguesa nem sempre se entendem, devido ao desconhecimento da diferença de termos e expressões usadas em várias regiões do país.

Em dez capítulos, numa “viagem” do Minho ao Algarve, passando pelos Açores e Madeira, o livro esmiúça uma série de expressões regionais e populares, como o devido significado e contexto histórico.

«Cada capítulo apresenta palavras e expressões por ordem alfabética, selecionadas tendo em conta diversos critérios, como a frequência de uso pelos respetivos falantes, o caráter identitário ou as histórias que têm para contar no campo da etimologia e da etnografia» ...

Dicionário de Calão do Minho
Variantes dialetais minhotas: regionalismos, idiomatismos, provincialismos, localismos, calão, gírias e outras linguagens marginais e informais dos falantes do Minho
Por João Carlos Brito

Autor do Lugares e Palavras do Porto (2014)Dicionário de Calão do Porto (2016), João Carlos Brito retoma com este novo livro o seu trabalho de recolha do léxico dos dialetos portugueses, sobretudo os setentrionais. A sua atenção vira-se agora um pouco mais para norte, para a antiga província do Minho, que hoje corresponde aos distritos de Viana do Castelo e Braga.

Trata-se de um pequeno dicionário de cerca de 100 páginas que compreende uma “Introdução” e, logo depois, a nomenclatura, que reúne para cima de um milhar de entradas ordenadas alfabeticamente, das quais perto de 30 constituem artigos mais desenvolvidos, sempre numa linguagem acessível ao grande público. A capa evoca os tradicionais lenços de namorar e os seus típicos erros ortográficos acompanhados de alguns traços dialetais. Temos, portanto, o betacismo: «bai-me à benda», em lugar de «vai-me à venda» (venda = loja), com troca do “v” pelo “b” e “chuiba”, que ostenta o ditongo “ui” e pressupõe a forma “chubia” ou “chuvia” (que é a galega), do latim pluvia, com metátese (troca de posição vocálica) da vogal “i”. Também aí aparece a construção «com nós», em lugar de connosco, e vários itens lexicais que são característicos dos distritos em referência.

Note-se que grande parte dos itens recolhidos não é exclus...

<i>Dicionário de Calão do Porto</i>
Por João Carlos Brito

O que significa «chuço», «dar um chito», «cruzeta», «morcão» ou «esganar um paiva»? E «fino como um alho», «nalgueiro», «ferrar o galho», «finguelas», «ir de saco», «lostra» ou «songa»? Ou ainda «vai-te quilhar», laurear a pevide», «fazer um foguete», «estar com o toco» e «romper meias solas»? Todas estas expressões e termos, pouco ou nada conhecidos pelo comum dos falantes de português, estão no Dicionário de Calão do Porto, de João Carlos Brito, que compila  4000 significados, 2800 entradas e 30 artigos sobre o típico e divertido linguajar tripeiro. Não se trata de uma obra parada no tempo. Os termos e as expressões apresentadas vêm desde o passado até à forma de comunicar nos nossos dias, dos vocábulos populares, à gíria urbana da cidade do Porto.  Além do significado respetivo, o autor acrescenta em muitos desses registos uma esclarecedora fundamentação sociolinguística e etimológica. 

Um reparo à omissão de qualquer bibliografia, como mandam as regras neste tipo de obras de temática não original e com vários livros já publicados anteriormente – como  são os casos, entre outros, de Porto, Naçom de Falares,