Inês Gama - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Inês Gama
Inês Gama
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Licenciada em Português com Menor em Línguas Modernas – Inglês pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e mestre em Português como Língua Estrangeira e Língua Segunda (PLELS) pela mesma instituição. Fez um estágio em ensino de português como língua estrangeira na Universidade Jaguelónica em Cracóvia (Polónia). Exerce funções de apoio à edição/revisão do Ciberdúvidas e à reorganização do seu acervo.

 
Textos publicados pela autora
O português em Angola
Entrevista à professora Eunice Marta (Instituto Piaget de Benguela, Angola)

De forma  a conhecer algumas das características da língua portuguesa em Angola, na atualidade, e para saber como é dinamizado o seu ensino, conversámos com a professora Eunice Marta, consultora do Ciberdúvidas e docente do Instituto Piaget de Benguela.

O ensino do português em Cabo Verde
Entrevista à professora Goreti Freire - Parte II

De modo a perceber melhor o funcionamento do ensino no arquipélago de Cabo Verde e, em particular, o ensino da língua portuguesa, o Ciberdúvidas conversou com a professora e investigadora da Universidade de Cabo VerdeGoreti Freire. Nesta conversa, esta docente explica-nos os principais desafios que a escola cabo-verdiana enfrenta nos dias de hoje e como é que a convivência entre o crioulo e o português influencia o ambiente escolar.

<i>Aferir</i> vs. <i>auferir</i>
Palavras parónimas

Neste apontamento, a consultora Inês Gama aborda as diferenças entre os verbos aferir e auferir.

(Apontamento transmitido  no programa Páginas de Português, da Antena 2, em 30/06/2024)

A língua portuguesa em Cabo Verde
Entrevista à professora Goreti Freire - Parte I

De modo a compreender um pouco melhor a realidade linguística de Cabo Verde, nomeadamente o estatuto e papel que a língua portuguesa desempenha nos dias de hoje, o Ciberdúvidas conversou com a professora da Universidade de Cabo Verde Goreti Freire. Nesta conversa, publicada em duas partes, esta especialista explica-nos a relação da língua portuguesa com o crioulo cabo-verdiano, a forma como funciona a coexistência destes dois sistemas e como é que isto afeta o ensino neste país.

Pergunta:

A palavra off (desligado ou fora) leva itálico em se tratando de um estrangeirismo.

Mas e quando aparece como parte de um composto, como ocorre em: «narrador em off»?

O off como partícula composta precisa perder o itálico na realidade? O narrador em off é o narrador da história que não é «visto pessoalmente», só tem a voz dele mesmo.

Muitíssimo obrigado!

Resposta:

Com estrangeirismos não adaptados recomenda-se o itálico, embora este não seja um preceito expresso pelo Acordo Ortográfico.

De acordo com o verbete Aportuguesamentos e uso de estrangeirismo, utilizado como referência pelo governo brasileiro, as palavras híbridas (derivadas de estrangeirismos) são escritas sem itálico, mantendo-se a forma original do termo e acrescentando-se o prefixo ou sufixo da língua portuguesa como, por exemplo, darwinismo ou kantiano. Contudo, este não é o caso de off, por conseguinte, afigura-se adequado «em off» com o off em itálico. Verifica-se, no entanto, entidades que, na redação interna e nas suas publicações permitem margem de tolerância para a ausência do itálico em expressões como «em off».

O itálico deve apenas ser usado, segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, em palavras ou expressões com grafia estranha ao sistema ortográfico português, como é o caso de estrangeirismos. Portanto, caso a palavra off seja usada de modo isolado, sem o acrescento de um segmento de palavra português, deve estar em itálico.

Note-se ainda que, no contexto da linguagem audiovisual, isto é, no cinema e na televisão, o termo usado para designar «a voz exterior à cena, que comenta ou narra os acontecimentos» (