Neste artigo, a consultora Inês Gama apresenta uma reflexão pessoal sobre os hábitos de leitura das gerações mais novas e a sua capacidade para ler os grandes clássicos.
Licenciada em Português com Menor em Línguas Modernas – Inglês pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e mestre em Português como Língua Estrangeira e Língua Segunda (PLELS) pela mesma instituição. Fez um estágio em ensino de português como língua estrangeira na Universidade Jaguelónica em Cracóvia (Polónia). Exerce funções de apoio à edição/revisão do Ciberdúvidas e à reorganização do seu acervo.
É correto dizer que uma pessoa de idade avançada é senil?
Ou a senilidade tem de ser associada a perda de capacidades mentais ou físicas?
Obrigado.
A frase «uma pessoa de idade avançada é senil» está, do ponto de vista estritamente linguístico, correta.
O adjetivo senil, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa (DLPACL), tem como sentidos possíveis «que é provocado pela velhice; que é próprio da velhice» ou «que apresenta sinais de degenerescência, decrepitude ou senilidade». Neste sentido, a frase apresentada pelo consulente pode ser interpretada como referindo alguém que devido à sua idade avançada apresenta um estado físico e mental enfraquecido. Não obstante, a construção mais comum para descrever esta situação será a que inclui o verbo estar («uma pessoa de idade avançada está senil») que, aspetualmente, contribui para a descrição de um estado que se adquiriu e não permanente (valor veiculado pelo verbo ser).
Note-se que a frase em questão pode também ser entendida como uma generalização, isto é, que todas as pessoas de idade avançada são senis, atendendo exatamente ao valor aspetual de estado veiculado pelo verbo ser. No entanto, isto não corresponde exatamente à realidade, uma vez que nem todos aqueles que são velhos apresentam enfraquecimento das suas faculdades físicas e psíquicas.
Por outro lado, vários dicionários como, por exemplo, o próprio DLPACL e a Infopédia, registam que senil tem como sinónimo o adjetivo
No Brasil, é usual chamar o/a próprio/a professor/a ou patrão/oa pelo nome. E nos outros países e territórios lusófonos? É assim também?
Ou seguem o modelo dos países e territórios anglófonos e hispanófonos, que indicam chamar de Sr./ª + sobrenome?
Muitíssimo obrigado!
No que respeita às formas de tratamento de formas nominais que designam profissão, cargo, posto, função ao título em português europeu (PE), segundo Maria Fernanda Bacelar do Nascimento, em Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian), são, normalmente, «formadas por o senhor, a senhora (formas de tratamento respeitosas), seguidas do nome da profissão (p. e., engenheiro(a), arquiteto(a), professor(a), enfermeiro(a), jornalista, padre), do cargo ou função (p. e., presidente, presidente da câmara, presidente da república, administrador(a), ministro(a), reitor(a)), e seguidas ou não do nome próprio (cf. o senhor professor (Guedes), o senhor tenente (Fagundes), o senhor administrador (Godinho), o senhor padre (Martins), o senhor presidente da república (António José de Almeida), o senhor ministro (Álvaro de Castro).» (pág. 2723-2724).
Note-se que com a omissão de senhor, senhora, todas as formas de tratamento são menos formais do que as anteriores (p. e. «o comandante João», «a professora Sandra», «a engenheira Rita»). Contudo, estas são as mais frequentes numa linguagem quotidiana.
Na língua escrita, para além das abreviaturas, Sr. Sr...
Neste apontamento gramatical, a consultora Inês Gama aborda a relação entre as palavras ilegível e elegível. Este apontamento foi transmitido no programa Páginas de Português, da Antena 2, em 06/10/2024.
Neste apontamento a consultora Inês Gama explora algumas das expressões idomáticas que terão surgido na época da invasões dos exércitos napoleónicos em Portugal.
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