Pergunta:
Porque é que denominam de "lusofonia" escritas que de "phones" ou sons nada têm, sendo exclusivamente grafias?
Não se deveria escrever "lusografia"?
Penso que sim!
É um dos erros sistemáticos dos teóricos da "Língua Escrita" e digo assim porque não têm voz, com frequência de som, sua intensidade e duração cronológica do timbre vocálico que aparece escrito.
Grato por resposta.
Resposta:
A questão que coloca é interessante, sem dúvida, e creio que pode ser analisada segundos dois pontos de vista:
– por um lado, a utilização comum que todos fazemos da língua e do vocabulário que temos ao nosso dispor…
– por outro lado, a utilização pelos investigadores e teóricos da escrita.
No caso do uso geral da língua, é muitas vezes difícil explicar a razão que leva a que determinadas palavras se imponham em detrimento de outras. No caso em análise, uma possível explicação para a generalização de lusofonia poderá advir de uma prática que se foi impondo talvez porque inicialmente a difusão fosse sobretudo oral. Neste sentido e tendo em conta o uso de lusofonia e de lusografia, prevalece o vocabulário mais associado ao registo oral do que ao registo escrito: identificamos os falantes de uma língua e agrupamo-los em -fonias (lusofonia, anglofonia, francofonia…). E a verdade é que esta palavra se impõe a outras. Raramente usamos neste contexto termos como ouvinte, ou escrevente, ou leitor, ou lente.
No segundo caso, estamos a falar já não do vocabulário em geral, mas de uma terminologia, utilizada numa área de investigação, criada, ou definida, para essa área, em que, a cada conceito, tem de, necessariamente, corresponder apenas um termo. Neste sentido só os investigadores poderão explicar o motivo da opção que foi feita. Eventualmente, essa explicação poder...