Pergunta:
«O sentido da regra é a simplificação [Iluminou-me!]. Pára tem tido acento para não se confundir com a preposição para, mas a verdade é que o contexto normalmente evita a confusão.
Tem de aceitar que as frases que apresenta são todas agramaticais, se considerarmos a grafia para sempre uma preposição [Tenho de aceitar? Que com a nova ortografia o texto perca coesão e gramaticalidade? Aliás, onde disse eu que era para tomar "para" sempre como preposição? Como disse, o texto resultou deu um jogo caricato entre as duas formas. Falha na interpretação lógica do texto!?]
a) Escrever duas preposições iguais seguidas contraria as regras, a não ser quando usadas enfaticamente [Aí é que está o problema. Não tenho nenhum caso desses no meu texto — nem quero ter!]
b) A vírgula no fim da terceira frase deixa a ideia em suspenso se quisermos considerar o segundo para como uma preposição [Desisto...]
c) A última frase está igualmente incompleta se considerarmos a grafia para sempre uma preposição (para isto, para aquilo e para mais aquilo… o quê?...) [Já percebi a ideia — e já percebi que não percebeu ou lhe não interessou perceber a questão em causa...]
O treino no uso da língua permite normalmente avaliar se o conjunto escrito tem coesão. Se aparentemente não o tem, o cérebro humano tende a corrigir o defeito em busca dum sentido coerente, para entender a mensagem (é essa ainda a sua grande vantagem em relação às máquinas, que ficam penduradas quando lhes aparece uma novidade no programa) [Genial!].
Por outro lado, o escritor que verdadeiramente se preocupa com os seus leitores usa as suas palavras por forma a que no conte...
Resposta:
Ficou zangado, mas não havia razão para isso, pois não pretendi ofendê-lo. Pelo contrário, os meus argumentos significavam que os seus textos eram perfeitamente inteligíveis sem o acento no pára, pois, caso contrário, não teriam coerência. Parece que pensou que eu estava a troçar das suas expressões, o que não era o caso.
Não costumo responder a pessoas zangadas, pois penso que a língua deve ser sempre estudada com tolerância de parte a parte, pois ninguém é seu dono. No entanto, estou a escrever-lhe porque me dirigiu também uma mensagem pessoal, pela qual depreendi que visitou a minha página, e os meus visitantes merecem-me a simpatia que lhes devo sempre no dever da hospitalidade.
Vou esclarecer agora melhor o que escrevi.
Entendo e aceito os seus argumentos de que o acento no pára era útil para desfazer ambiguidades. Os legisladores foram levados a suprimir este acento como fizeram em pêra e pólo (estes para não se confundirem com formas gramaticais antigas (mas para não é antiga…). Poderiam ter feito o que fizeram com amámos/amamos, fôrma/forma ou dêmos/demos, que deixaram à opção. Poderiam mesmo incluir pára na obrigatoriedade que impuseram para pôde. Talvez tenham concluído que a confusão entre a forma verbal no passado pôde e no presente