D´Silvas Filho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
D´Silvas Filho
D´Silvas Filho
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D´Silvas Filho, pseudónimo literário de um docente aposentado do ensino superior, com prolongada actividade pedagógica, cargos em órgãos de gestão e categoria final de professor coordenador deste mesmo ensino. Autor, entre outros livros, do Prontuário Universal — Erros Corrigidos de Português. Consultor do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

 
Textos publicados pelo autor

Pergunta:

Tive recentemente de traduzir a palavra Orion, que define uma constelação ou estrela do mesmo nome, mas tive dúvidas em como traduzi-la. No meu Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, vem Órion, mas vejo que aqui no Ciberdúvidas se defende que a palavra deve ser grave, ou seja, Oríon.

Gostaria de saber se ambas as formas são aceitáveis, ou se, pelo contrário, apenas uma está correcta.

Obrigado uma vez mais.

Resposta:

A palavra escrevia-se em latim Orīon, com mácron sobre o i, significando que a sílaba era longa. Na língua portuguesa, esse critério determina nesta palavra o acento tónico.

Assim, a pronúncia correcta da palavra é como paroxítona, grave: Oríon. Ora, como termina em n, tem de ser acentuada com acento gráfico.

Ao seu dispor,

Pergunta:

Depois de verificar em várias gramáticas do Brasil e pesquisar no Ciberdúvidas (não entendi a explicação de vocês), gostaria de uma resposta mais clara. Não sei como vocês trabalham, se cada um de vocês se reúnem para discutir uma pergunta e procurar uma solução coerente. Gosto muito do site, porém, perco-me às vezes com as respostas. Como trabalho com a língua portuguesa, estou sempre à procura de uma explicação. Como escrever os números por extenso?

No Brasil, nunca escrevemos os números por extenso usando vírgula. Após mil quando o primeiro algarismo da centena final é zero ou depois do mil quando vier com zero.

Exemplo: 1002 – mil e dois

1300 – mil e trezentos

1945 – mil novecentos e quarenta e cinco (aqui não usamos e depois de mil)

Em Portugal, há uma outra maneira de escrever?

Resposta:

As respostas dadas em Ciberdúvidas são de responsabilidade de cada um dos consultores. No entanto, em linhas gerais, adoptamos, todos, o critério de respeito pelas normas e pela índole da língua. Temos tido reuniões para esclarecer dúvidas e assegurar alguma uniformidade. A redacção, com o seu serviço de revisão de texto, obtém também a uniformidade que considera indispensável.

Quanto ao problema que nos põe, em primeiro lugar não é recomendável misturar algarismos com a sua representação por extenso.

Eu escrevo: «dois mil e dois»; «dois mil e trezentos» (sem vírgulas); «mas trinta e cinco mil, novecentos e quarenta e cinco».

Ao seu dispor,

Artigo de D´Silvas Filho, comentando as decisões da Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, dia 31 de Março, em Brasília.

«O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa não prevê a elaboração de vocabulário ortográfico comum, mas apenas de um vocabulário comum das terminologias científicas e técnicas, cuja existência, nos termos do Acordo, não está posta como condição prévia à sua aplicação.»

Pergunta:

A recente discussão a respeito do acordo ortográfico fez-me crer que em Portugal não se usava o acento nos ditongos abertos éi e ói das paroxítonas. Pois qual não foi minha surpresa ao descobrir a grande quantidade de portugueses que acentuam as palavras paranóia e nóia, inclusive em respostas dadas aqui neste sítio! Ao menos em Portugal, estes acentos já não deveriam ter caído há muito tempo? E como ficam agora com o novo acordo, principalmente em relação às localidades denominadas Panóias?

Aproveito para agradecer pela resposta à minha pergunta anterior (apreender vs. prender). 

Resposta:

Em Portugal, o ditongo éi, aberto, só nas oxítonas tem sido acentuado (ex.: papéis; mas ideia). Assim continuará a ser no novo Acordo Ortográfico (AO), agora também para o Brasil.

Quanto ao ditongo oi, aberto, tem sido acentuado nas oxítonas; mas não tem em Portugal havido uniformidade nas paroxítonas (ex.: remói; mas comboio, heróico). No novo AO, continuará da mesma maneira nas oxítonas, mas passa a nunca ter acento nas paroxítonas (ex.: heroico, joia, etc.), quer para Portugal quer para o Brasil.

Ao seu dispor,

Pergunta:

Queria saber qual é a abreviatura de ano(s)-luz. Por vezes aparece al ou a.l., por vezes aparece ly (do inglês light years). Qual é a mais correcta?

Resposta:

A abreviatura internacional para ano-luz é l. y. (com pontos). Em Portugal, usa-se a abreviatura a. l., também com pontos. O plural na abreviatura, quando funciona como símbolo de unidade, segundo as regras continua a ser l. y. ou a. l., sem inclusão de s. O plural por extenso neste composto é anos-luz, sendo luz um determinante.

Não sou conhecedor na área da astronomia, por isso pergunto-me se é mesmo necessária uma abreviatura para um composto tão reduzido de letras.

De qualquer forma, como para todas as abreviaturas especiais, recomenda-se que seja usada só em textos destinados a conhecedores da área a que se refere.

Ao seu dispor,