D´Silvas Filho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
D´Silvas Filho
D´Silvas Filho
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D´Silvas Filho, pseudónimo literário de um docente aposentado do ensino superior, com prolongada actividade pedagógica, cargos em órgãos de gestão e categoria final de professor coordenador deste mesmo ensino. Autor, entre outros livros, do Prontuário Universal — Erros Corrigidos de Português. Consultor do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

 
Textos publicados pelo autor
Ainda sobre as siglas e  os acrónimos

Um acrónimo usado em Portugal – SIMAS, que representa Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento (cf. resposta sobre este tópico) – tem a particularidade de, na sua formação, contar uma letra (M) que é inicial não de palavra, mas de parte da palavra Intermunicipalizados. Será este acrónimo legítimo? D'Silvas Filho regista neste apontamento o que distingue este tipo de abreviações, no quadro da sua própria proposta de classificação (para uma proposta alternativa, ver, por exemplo, siglaacrónimo no Dicionário Terminológico).

« (...)  Em primeiro lugar, é preciso avaliar qual a vantagem de se manter o ponto nos ordinais quando na sua redução com algarismos. Como se refere no texto que aqui me leva, habitualmente permite que o género masculino do ordinal se distinga do grau de temperatura: 10.º, décimo, é diferente de 10º, graus.  Depois, temos de avaliar o sentido que a tradição dá ao ponto neste caso. O ponto representa um significado não expresso, como o faz nas abreviaturas das palavras. Repare-se que em 10º é necessário indicar a seguir qual a unidade de medida: Celsius, Fahrenheit: 10º C ou 10º F. Ao passo que o ponto em 10.º serve para marcar taxativamente que se trata de um ordinal, sem necessidade de outras indicações. (...)»

  [[Sobre esta controvérsia, O ponto é ou não obrigatório para marcar uma abreviação?, ver ainda; «Dizer que é erro escrever "quarta" como "4ª"... é erro, mesmo», + Porquê o ponto nas abreviaturas– e já não nas siglas.]

<i>Pokémon</i>, <i>poquémon</i>

O mês de julho de 2016 ficou marcado pelo lançamento do jogo Pokémon Go, cujo nome no uso em português levanta muitas questões – morfológicas, fonéticas e ortográficas.

D'Silvas Filho dá uma achega à reflexão sobre  emprego mais adequado de Pokémon, quer como nome próprio quer como item do léxico comum.

A irreversibilidade da aplicação do AO90 em Portugal

«Soube-se que o atual titular da Presidência da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, usa a norma ortográfica de 1945 nos seus textos não institucionais. Correu a notícia de que, se Moçambique e Angola não ratificassem o AO90, o Professor defenderia uma nova discussão sobre o AO90.

Então, quem se opõe tenazmente ao AO90 ficou a pensar que haveria possibilidade de revogar a sua entrada em vigor, e passarmos outra vez à norma ortográfica antiga. (...)»

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Para um Vocabulário Ortográfico <br> próprio do português europeu

Prosseguindo uma longa reflexão sobre o Acordo Ortográfico de 1990 e o processo da sua aplicação em Portugal (ver, entre outros, o artigo Estrangeirismos), entende D'Silvas Filho propor um conjunto de acertos que respeitem as especificidades e a tradição do português europeu. A proposta articula-se em dois momentos: o texto introdutório, intitulado "Propósitos do autor e resumo das condições-base para o aperfeiçoamento do AO 90", e, de seguida, a exposição dos critérios de operacionalização defendidos pelo autor.