Pergunta:
Que tempos e modos verbais existem e quais se ensinam atualmente? A maioria das gramáticas não contempla tempos como o futuro do pretérito do indicativo (optando pela designação de modo condicional, tempo presente).
Sinteticamente, o que se deve ensinar aos alunos? No teste intermédio de Língua Portuguesa realizado na semana passada, pedia-se que o aluno conjugasse um verbo no mais-que-perfeito do conjuntivo, mas os alunos conhecem apenas os tempos presente, pretérito imperfeito e futuro deste modo.
Li alguns artigos aqui publicados, mas nenhum me pareceu explícito de forma direta e simples relativamente aos tempos e modos que devemos considerar, ainda que eu retenha a ideia de que naquilo em que a TLEBS for omissa se deve considerar as terminologias anteriormente adotadas. Assim, devo considerar a pág. 472 de Cunha e Cintra e ensinar mais do aqueles três tempos?
Resposta:
Relativamente às formas da flexão verbal correspondentes às categorias de tempo e modo, o Dicionário Terminológico (DT), que é resultado da revisão da TLEBS, define, no subdomínio B.2.2.2. Flexão verbal, os seguinte termos:
Modo:
formas verbais finitas: indicativo, conjuntivo, condicional, imperativo
formas verbais não finitas: infinitivo pessoal, infinitivo impessoal, gerúndio, particípio
Tempo verbal:
presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro
A noção de tempo composto não surge associada a termo específico, muito embora a sua realidade seja referida no verbete B.2.2.2 Flexão verbal (sublinhado meu): «Os paradigmas de flexão verbal incluem, tradicionalmente, os tempos compostos, embora estes não sejam realizados através de processos flexionais de afixação.»
Não sendo o DT explícito quanto aos termos a aplicar aos dois tempos do condicional, presume-se que estes se designem simples e composto. É o que faz, por exemplo, Ana Martins, na Gramática Aplicada — Língua Portuguesa — 3.º Ciclo do Ensino Básico (Porto Editora, 2011, pág. 69). Noutras gramáticas também recentes, pode aparecer a mesma terminologia, a par de outras designações. É o caso de Da Comunicação à Expressão — Gramática Prática de Português (Lisboa Editora, 2011, págs. 232/233), de M.ª Olga Azevedo