Textos publicados pelo autor
O género gramatical de relé
Pergunta: Gostaria de saber se a palavra relé (usada no contexto da electricidade) é feminina ou masculina.
Coloco a questão, pois nos dicionários online encontrei informações contraditórias.
Agradeço desde já a atenção dispensada.Resposta: Relé, com o significado de «electroíman que trabalha com corrente fraca e funciona como interruptor intercalado num circuito local e comandado à distância» (dicionário da Academia das Ciências de Lisboa), é um substantivo do...
Tempos verbais na apresentação de uma tese
Pergunta: Gostaria de que esclarecessem uma questão sobre emprego do tempo verbal com que eu e minhas colegas da faculdade de Psicologia sempre ficamos em dúvida .
Algumas colegas defendem que, na introdução de um trabalho acadêmico, se deveria, obrigatoriamente, usar o verbo tão-somente no futuro do presente. Argumentam que, na introdução, se relataria, em breves pinceladas, o que, de forma mais detalhada, se falará futuramente no decorrer do texto de que faz parte a referida introdução. Por exemplo: «O presente trabalho...
Padelista
Pergunta: Como se designa um praticante de padel?Resposta: Usa-se a forma padelista, que a Federação Portuguesa de Padel não parece adotar. Seja como for, padelista é uma forma adequada, derivada regularmente de padel, por adjunção do sufixo -ista (cf. maratona > maratonista).
Uma observação sobre a forma padel, que significa «desporto de raquete, jogado a pares e utilizando raquetes e bolas...
«A terça parte»: quantificador numeral fracionário?
Pergunta: «A terça parte», correspondendo a «um terço», pode considerar-se um quantificador numeral fracionário?Resposta: No contexto dos ensinos básico e secundário de Portugal, não há termo especial para expressões como «a terça parte». No entanto, os linguistas reconhecem a sua relação com os quantificadores e os fracionários. Por exemplo, na Gramática do Português, da Fundação Calouste Gulbenkian:
«Expressões como a maioria, a maior parte, uma minoria, etc. podem...
As formas regionais "deia" (= dê) e "vaia" (= vá)
Pergunta: Dos erros de língua que os falantes produzem, os que mais me inquietam são, sem dúvida, o desrespeito pela reminiscência do sistema casual latino (o célebre *«vi ela») e a falta de sensibilidade estética em colocando os pronomes pessoais com função de complemento (o não menos omnipresente *«porque sentei-me»). Logo a seguir vêm aquelas deformações expressivas das formas do presente do conjuntivo:
(i) «Estás pr'aí a estrabuchar... Tu queres é que eu te *"deia" uma boa palmadona!»
(ii) «Mas se tu não me falas, porque é...
