Textos publicados pelo autor
A origem de briol
Pergunta: Qual a origem da palavra briol, no sentido de «muito frio»?Resposta: Não é clara a origem do vocábulo briol, pelo menos quando usado na aceção em causa.
A forma briol tem três significados que, entre si, pouca afinidade conceptual parecem ter (fonte: briol, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa):
«1. [Marinha] Cabo de ferrar as velas.
2. [Portugal, Informal] Temperatura baixa. = FRIO
3. [Portugal,...
Escolho, no plural, como se pronuncia?
Pergunta: Podem esclarecer-me como se pronuncia o plural de escolho? Deve pronunciar "escólhos" ou "escôlhos"?
Obrigado.Resposta: O vocábulo escolho tem o aberto no plural, conforme se pode confirmar pelas transcrições ou indicações de pronúncia do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa (ACL), do dicionário da Porto Editora e do dicionário Priberam.
Significa «rochedo à flor ou à tona da água, considerado perigoso para a navegação» (ACL)...
O verbo telefonar rege-se com complemento indireto
Pergunta: Uma pergunta inusitada mas com pertinência circunstancial: deve dizer-se «Eu telefono-a» ou «Eu telefono-lhe».
O segundo modo é o corrente. Por que motivo?
Obrigado.Resposta: No sentido de «comunicar por telefone com alguém», só se aceita a segunda frase, ou seja, a frase em que telefonar é um verbo que seleciona um constituinte com a função de complemento indireto: «telefonei à Teresa» > «telefonei-lhe».
Pode considerar-se que este comportamento sintático é simplesmente...
O pretérito perfeito do indicativo explicado a estrangeiros
Pergunta: No ensino de Português a estrangeiros como justificar o uso do pretérito perfeito numa situação passada que se prolonga no presente, como no seguinte caso: «sempre foste gordo»?Resposta: Não existe uma forma única de explicar esse uso do pretérito perfeito do indicativo, porque muito depende também da língua materna dos alunos. Mesmo assim, para falantes de espanhol, inglês, italiano, francês e alemão, que têm um tempo perfeito formado por um auxiliar equivalente a ter (e também a...
A obrigatoriedade da conjunção e na escrita dos numerais
Pergunta: Pode dizer-se «duzentos cinquenta», «quinhentos cinquenta», etc., ou tem de dizer-se «duzentos e cinquenta», «quinhentos e cinquenta», etc.? Há alguma regra que explique a presença do «e» em «vinte e quatro» e a sua ausência em «vinte cinco»?Resposta: Na escrita, a conjunção é obrigatória quer com numerais das dezenas quer com os que representam centenas, conforme, aliás, se pode ler na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (1984, p. 372):
«1. A...
