Textos publicados pelo autor
«Esqueceu-me comprar o pão»
Pergunta: Em certas zonas do país usa-se em linguagem corrente expressões como «esqueceu-se-me», ou «fugiu-se-me», como por exemplo: «Esqueceu-se-me de comprar pão», em vez de «Esqueci-me de comprar pão». Em que conjugação / outra classificação gramatical é que estas formas se inserem, se nalguma?
Penso que uma conjugação reflexa seria «Esqueci-me, esqueceste-te, esqueceu-se, ...». Se assim é, qual é a função do me no exemplo acima?
Obrigado!Resposta: As construções em causa têm uso,...
A regência do adjetivo propício
Pergunta: Devemos escrever «este nome é propício para esta criança», ou «este nome é propício a esta criança»? Qual a regência de propício, numa palavra?
Muito obrigado.Resposta: O adjetivo propício, que tem o significado geral de «que tem as características adequadas e necessárias para; bom, favorável» (Dicionário Houaiss), constrói regência com ambas as preposições, a e para.
O uso destas preposições parece ter distribuição...
Maláui, aportuguesamento de Malawi
Pergunta: No texto do Acordo Ortográfico de 1990, na sua Base I, ponto 2., especifica-se: "[a]s letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais: (...) b) Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza, Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano".
No entanto, na mesma Base I, mas no ponto 6. recomenda o Acordo "que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando...
A expressão «Ser burro de Vicente»
Pergunta: Deambulando no Dicionário Houaiss (2009), deparei com a fraseologia «ser burro de Vicente» com acepção de «ir de mal a pior».
Por acaso, vocês saberiam dizer alguma coisa de sua etimologia ou motivação idiomática?Resposta: Só conseguimos saber que a expressão já era conhecida no séc. XVI, como atesta a sua ocorrência na Comédia Eufrósina (1560), de Jorge Ferreira de Vasconcelos (1515/1525?–1585). Uma versão mais antiga é «cada feira val menos, como burro de Vicente», a qual talvez aluda a...
A pronúncia e grafia do substantivo x-ato
Pergunta: * Aportuguesamento da marca registada X-ACTO®
Por simples análise à palavra x-acto [ɛks-aktou], fica evidente que a corruptela X-ATO, tanto em forma escrita como fonética, e outras semelhantes da marca X-ACTO® [ɛks-æktou] resulta[m] do afastamento erróneo do dífono [cs] representado pela letra xis na sua primeira sílaba x-, cuja pronúncia [ɛks] é completamente desarticulada mediante a sua substituição pela forma escrita xis, que é o nome da própria letra. Na sequência fonética...
