Pergunta:
Gostaria de saber qual é o gentílico de Dijon: dijonês ou dijonense?
Ao pesquisar, vejo que em português do Brasil se diz dijonense e que em espanhol também, mas confesso que me soa melhor dijonês. Será que as duas formas são admissíveis?
Agradeço, de antemão, a vossa ajuda.
Resposta:
Entre dijonense e dijonês, não parece haver forma claramente melhor que outra do ponto de vista da boa formação morfológica. Além disso, nem uma nem outra se destacam pelo uso corrente ou estável. Ainda assim, dijonense pode ser preferível.
Quando se trata de gentílicos relativos a localidades, são correntes os sufixos -ense e -ês: portuense (Porto), bracarense (Braga), flaviense (Chaves), dublinense (Dublim), ateniense (Atenas), mas pontevedrês (Pontevedra), burgalês (Burgos), milanês (Milão) e pequinês (Pequim). Há casos em que se registam oscilações como barcelonês/barcelonense e berlinês/berlinense. De qualquer modo, é relevante a observação que se faz no Dicionário Houaiss acerca do sufixo -ense:
«[...] é mister ter presente que, nos geônimos sem tradição própria dentro da língua e quando seus gentílicos não são introduzidos pré-formados, a tendência predominante é recorrer a -ense, raro a -ês, ou -ano, ou -ita (queniense, paquistanês e paquistanense, cambojano, vietnamita).»
Os casos mencionados pelo Dicionário Houaiss são de nomes pátrios, ou seja, de forma nominais e adjetivas referentes a países1, mas não se afigura impedimento a que esta observação se generalize a outros gentílicos.
No caso do gentílico da cidade francesa de Dijon (famosa pela sua mostarda), não é habitual fazer-se referência aos naturais desta cidade e, portanto, no momento de ativar uma forma gentílicia o mais provável será que os falantes oscilem entre os dois sufixos. Tendo em conta o caso de parisiense, é, não obstante, possível e cor...