Pergunta:
Há erro gramatical, sendo obrigatório o acompanhamento da preposição em todos os objetos indiretos; ou apenas falta de paralelismo, na frase «Gosto de dançar, cantar e pintar»?
Nessa e em outras estruturas, pode-se omitir a preposição depois de inseri-la no primeiro objeto, quando estes se referirem ao mesmo verbo e à sua mesma regência?
Nessas locuções a seguir, apesar de não haver objeto, também há obrigatoriedade de replicar a preposição?
«Eles passaram a imitar e caçoar.»
«Eles passaram a imitar, caçoar.»
Grato desde já.
Resposta:
As construções em questão são possíveis com e sem a explicitação das preposições.
Na frase apresentada em (1), o segmento «dançar, cantar e pintar» é perspetivado como um todo conceptual, ao passo que na frase (2), cada oração infinitiva surge de forma autónoma, tal como se representa por meio dos parênteses retos:
(1) «Gosto [de dançar, cantar e pintar].»
(2) «Gosto [de dançar], [de cantar] e [de pintar].»
Assim, é possível apresentar o complemento relativo (complemento oblíquo, no contexto escolar não universitário português) introduzido por uma única preposição que incide sobre a totalidade do constituinte, como em (1).
No caso da frase apresentada em (3), estamos perante um complexo verbal composto por verbo auxiliar e por verbo principal. Neste caso, o verbo auxiliar passar rege a preposição a, que introduz a oração infinitiva, o que leva a que seja esta ser explicitada no início das várias orações infinitivas, no caso de existir coordenação, para ficar clara a ligação do núcleo verbal ao verbo auxiliar. Por essa razão, prefere-se a frase (3):
(3) «Eles passaram a imitar e a caçoar.»
Disponha sempre!