Textos publicados pela autora
Sequências textuais prototípicas e géneros textuais
Pergunta: Gostaria de saber quais os tipos de discurso existentes para além do Discurso político, que faz parte do programa de 11.º ano. Será que podemos dizer que existe um discurso poético (no sentido de declamação de um poema), ou aquilo que existe são textos poéticos divididos nas suas respectivas categorias (épico, lírico...)? E um discurso publicitário existe? Quais as principais características?Já agora, agradecia alguma bibliografia sobre o assunto que seja do vosso conhecimento.Agradeço desde já a atenção...
Sobre a «lei da litotes»
Pergunta: Nas respostas anteriores, a propósito de subentendidos, referiu-se a lei do litote.
Será possível uma explicação da referida lei?
Muito obrigada.Resposta: Num qualquer acto comunicativo, o interlocutor pode sempre captar mais informação do que aquela que o enunciado significa, de um modo literal.
A operação interpretativa geral é esta:Se o locutor K acreditou que era bom dizer X, é porque ele pensa Y.
Concluiu-se Y, não pelo que se disse (o conteúdo de X), mas pelo facto de se ter dito X.Oswald Ducrot...
O discurso de Obama
Que semelhanças há entre Obama e o padre António Vieira? Pelo menos duas: o espectáculo da palavra e o fervor religioso. Na Igreja de S. Roque era preciso reservar lugar para ouvir os sermões de Vieira; no Grant Park, em Chicago, 240 mil pessoas vibraram durante os 15 minutos da elocução de Obama1: comoveram-se com o poder da «esperança» (a palavra surge 6 vezes); regozijara......
Uma casa estilo "maison"
Sobre a boçalidade do uso indiscriminado de palavras inglesas na imprensa — um artigo de Ana Martins no Sol.
Li há tempos esta passagem no Diário de Notícias: «refere o analista André Rodrigues (…) num relatório de research» (DN, 24/10/08). Lembrei-me imediatamente do dialecto miscigenado dos emigrantes portugueses em França, parodiado (com injustificável desprezo, aliás) em locuções do tipo «ir de vacances», «entrar na autoroute» e «janelas à la fenêtre numa casa estilo maison»....
«... com ninguém» (tradicionalmente e segundo a TLEBS)
Pergunta: Na frase «Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém», «com ninguém» sintacticamente é o quê? Tradicionalmente e segundo a TLEBS.
Continuação do bom trabalho.Resposta: Segundo a TLEBS (e, vulgarmente, segundo os actuais estudos de sintaxe) trata-se de um complemento oblíquo. Por definição, o complemento oblíquo é seleccionado pelo verbo, ao contrário do modificador. Quando realizado por um grupo preposicional, ele não pode ser substituível pelo pronome pessoal na forma dativa...
