Segundo a TLEBS (e, vulgarmente, segundo os actuais estudos de sintaxe) trata-se de um complemento oblíquo. Por definição, o complemento oblíquo é seleccionado pelo verbo, ao contrário do modificador. Quando realizado por um grupo preposicional, ele não pode ser substituível pelo pronome pessoal na forma dativa (lhe/lhes). Este critério permite distinguir o complemento oblíquo (quando realizado por grupo preposicional) do complemento indirecto.
No caso da frase em apreço, o complemento oblíquo «com ninguém» não é exigido por um verbo ou complexo verbal (verbo auxiliar + verbo principal) mas por uma expressão verbal fixa — «ter uma pega» — que actua como verbo/complexo verbal.
(Outros exemplos:«andar à pega»; «mandar vir» )
Segundo a gramática tradicional, «com alguém» é um complemento circunstancial. É importante notar que não há equivalência entre complemento circunstancial e complemento oblíquo. O termo (e noção) complemento circunstancial não permite distinguir o constituinte preposicional que é seleccionado pelo verbo daquele que o não é. Segundo a gramática tradicional, tanto é complemento circunstancial:
«Vim de Paris.»
como:
«Como sardinhas de quando em vez.»