Pergunta:
Gostaria de obter informação sobre o formato de categorias sintácticas, nomeadamente a distinção entre "pro" e "PRO".
Grata pela atenção.
Resposta:
A Gramática Generativa, nomeadamente a Teoria de Regência e de Ligação (Chomsky, 1981), postula elementos frásicos que não são pronunciados, com efeitos intácticos, mas sem realização fonética, designados por “categorias vazias”,como é o caso dos pronomes pro e PRO.
As diferenças entre um e o outro residem, basicamente, nas suas propriedades sintácticas e, consequentemente, na sua distribuição:
Pro – ocupa a posição (na Estrutura Subjacente/Profunda) de sujeito ou de objecto (Complemento Directo) de um verbo principal e recebe Caso (NOMINATIVO ou ACUSATIVO).
Compare-se:
(a) Pro Estou exausto.
(b) * Pro Am exausted.
As línguas de Sujeito Nulo são chamadas “línguas pro-drop”, o português, por exemplo, é uma dessas línguas, cujo sistema permite que o sujeito seja omitido (a), ao contrário do inglês, que não permite pro (b), exigindo obrigatoriamente um sujeito expresso, nem que seja um sujeito expletivo, como “it” (ex.: It is raining. «Está a chover.»). Esta é uma variação paramétrica da Gramática Universal.
PRO – ocupa uma posição (na Estrura Subjacente/Profunda) em que não é atribuído Caso, por exemplo, a posição de sujeito de orações subordinadas infinitivas (impessoais).
(c) Mary tried [PRO to give up].
(d) A Maria tentou [PRO desistir].
Em (C) e (d) exemplificamos frases paralelas em inglês e português, com uma oração infinitiva encaixada. O sujeito de “tried