A definição que encontramos no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa para barbarismo é a seguinte: «numa dada sincronia, uso sistemático de formas vocabulares inexistentes na norma culta da língua, por parte de falantes que não a dominam inteiramente [Distinguem-se os seguintes tipos de barbarismo: (a) ortoépico (troca ou omissão de fonemas, como a pronúncia aberta do o tônico de bolsos, a pronúncia [in]dentidade em vez de identidade, ou ainda mudança da sílaba acentuada [rúbrica em vez de rubrica]); (b) gráfico (troca de letras, como a troca de s por z, ss, ç etc.); (c) gramatical (inadequação nas flexões, como em quando eu ver [por quando eu vir], ou erro de flexão de gênero, como ela está meia triste, ou com menas palavras, em que meio e menos são advérbios, portanto, invariáveis); e (d) semântico (emprego inadequado de uma palavra ou locução, por não se conhecer seu sentido preciso, como usar-se ir de encontro a [chocar-se com] onde deveria ser ir ao encontro de [estar conforme, acrescentar-se] ou então usar-se uma palavra portuguesa com o significado que um seu cognato tem em outra língua, p.ex., realizar com o sentido de compreender, por influência do inglês to realize).]»
No caso dos exemplos que nos apresenta, trata-se de um barbarismo semântico, que se justifica pela confusão entre palavras com sentidos diferentes e grafias semelhantes: imaginável – imaginário; contornar — controlar. Significa isto que as expressões «possível e imaginário» e «controlar a praça» ganham uma interpretação diferente da desejada, apesar da sua correcção sintáctica.