Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

     Notícia lida pela jornalista Ana Sofia Vinhas, no “Jornal da Noite” da TVI, de 31 de Outubro p.p., a propósito da lesão provocada por um jogador do Benfica a um ...

     O livro

      António Victorino d’Almeida 2003 – Músicas da Minha Vida, Lisboa, Dom Quixote.

      Cada capítulo, dedicado a um compositor/época, é um agregado de notas, comentários, episódios, deambulações e descargas sobre críticos de arte e políticos.

      O estilo

      Se lermos o livro num sítio silencioso, ainda o...

    A letra k não figura oficialmente no alfabeto de língua portuguesa, salvo em casos excepcionais. Mas, nas comunicações na Internet, os chamados “chats”, o seu uso tem-se generalizado, sobretudo entre as camadas mais jovens, que no símbolo k sintetizam o c e o qu.
     São códigos que surgem espontaneamente, que funcionam, e a isso nada temos a opor, desde que os seus utilizadores saibam que esse uso tem um context...

1099 motivos para ter mais cuidado com a escrita

 

     A Worten é uma cadeia de lojas de electrodomésticos que opera em Portugal e que é conhecida pelos preços baixos que pratica. Mas tão baixos como o que tem sido anunciado nas estações de metro de Lisboa... é caso para desconfiar. O anúncio diz que um co...

«Quando a gente confia, arrependemo-nos quase sempre», escreveu Joaquim Letria, na sua coluna diária do jornal “24 Horas” de 24 de Outubro p.p.

Com o termo «a gente», os verbos dependentes (“confiar” e “arrepender-se”) têm de ir para a 3.ª pessoa do singular: «Quando a gente confia, arrepende-se quase sempre»” Se se quiser subentender o sujeito “nós”, então, ambos os verbos deverão ir para a 1.ª pessoa do plural: «Quando confiamos, arrependemo-nos quase sempre.» 

Melhor ( comparativo de bom) e mais bem (comparativo de bem) continuam com as voltas trocadas…na televisão portuguesa. Dois (maus) exemplos recentes:

«Os próprios trabalhadores da PT são os primeiros a querer que a empresa progrida, seja melhor gerida (...).»

«Na luta pelo título [da Fórmula 1], Fernando Alonso está melhor classificado e, por agora, a situação parece correr a favor do piloto espanhol.»

Numa e noutra frases, errou-se no emprego do melhor – em vez do mais bem

     Judite de Sousa, “Telejornal”, RTP-1, 22 de Outubro p.p., sobre o mau tempo em Portugal: «O Porto é um dos onze distritos que está em alerta laranja».
     O verbo deveria ter ido para o plural («O Porto é um dos onze distritos que estão em alerta laranja»), pois a expressão «um dos» + substantivo + que leva o verbo para o plural. No caso, o sujeito de «estar em alerta» são os onze distritos: há onze distritos que estão em alerta e o Porto é um deles.

     Cf. Sou um dos que dizem

Ainda o modismo «É suposto...»

Frase do jornalista e crítico de televisão, Miguel Gaspar, indagado no programa "A Voz do Cidadão" na RTP-1, no passado dia 21 de Outubro: (...)

A palavra latina “defice” há muito que se encontra aportuguesada, na feição natural da nossa língua: défice – é assim que se recomenda na sua prosódia. Foi o que não se ouviu ao que se ouviu ao secretário de Estad...

         «Para além do estado dos dentes ou da falta deles, examina-se também as gengivas», ouviu-se há dias no “Telejornal” da RTP-1. «Examinam-se também as gengivas» é como devia ter sido dito. É uma situação semelhante a «vendem-se casas» ou «arrendam-se apartamentos», em que o verbo, usado com a partícula apassivante se, concorda com o plural que se lhe segue.