Pelourinho Onde ≠ em que Além da confusão no emprego do aonde e do onde, temos também o mesmo sobre a diferença entre o onde e o em que. Foi o que se ouviu a António Vitorino*, referindo-se à instabilidade em Timor-Leste. Maria Regina Rocha · 12 de abril de 2007 · 5K
Pelourinho De encontro a ≠ ao encontro de Mais uma confusão no emprego do «ir de encontro a» e do «ir ao encontro de»: «O que não vem entre aspas faz parte do texto do jornalista. E este tem liberdade de escrever como bem entender, desde que respeite as normas jornalísticas e vá de encontro ao sentido do texto que está a escrever. O que aconteceu neste caso.» (...) José Mário Costa · 10 de abril de 2007 · 4K
Pelourinho O emprego do onde e do em que «É um assunto para depois do intervalo — anunciou o apresentador do "Jornal da Tarde" * —, onde vamos conhecer também o último trabalho de Paulo Gonzo. Até já.» Onde emprega-se a respeito de espaço, lugar, sítio, terra: «A terra onde ele viveu»; «a cidade onde casou»; «a casa onde mora». Maria Regina Rocha · 10 de abril de 2007 · 3K
Pelourinho Encapuzado (e não "encapuçado") + encapuchado + encarapuçado + embuçado Notícia do "Telejornal", na RTP 1, 8 de Abril p.p., sobre um assalto à mão armada, numa gasolineira, em Benavente: «O crime verificou-se pelas 9 horas da noite, quando a única funcionária da bomba, acompanhada pela filha, fechava a estação de serviço. Nessa altura é abordada por homens encapuçados e armados com caçadeiras.» Maria Regina Rocha · 9 de abril de 2007 · 4K
Pelourinho O código da sigla As siglas têm a grande vantagem de poupar espaço (na folha de papel ou no tempo da elocução). A junção das iniciais de cada palavra de uma expressão abrevia e compacta formulações mais ou menos extensas. Parece, pois, ser um processo de formação simples e cómodo, mas não é. Ana Martins · 9 de abril de 2007 · 6K
Pelourinho Uma tonelada é singular «Foram apreendidas cerca de uma tonelada de matérias perigosas.»* «Foi apreendida cerca de uma tonelada de matérias perigosas»: assim deveria ter sido escrito. Com efeito, o sujeito da forma verbal «foi apreendida» é «uma tonelada», um termo que está no feminino e no singular. Não importa se a tonelada é «de matérias perigosas» (plural) ou «de peixe» (singular). Outros exemplos: «Foi apreendida uma tonelada de carapau»; «foram apreendidos quatrocentos quilos de carapau». Maria Regina Rocha · 6 de abril de 2007 · 4K
Pelourinho «Estão todos convidados a vir (e não “a virem”)» «Estão todos convidados – aqueles que estão aí em casa – a virem até à Praça da Devesa.»* Foi aqui utilizado o infinitivo flexionado («virem»), mas nesta frase não era necessário flexionar o infinitivo («Estão todos convidados a vir até à Praça da Devesa»), pois esse infinitivo é um complemento do adjectivo verbal «convidados», não havendo alteração de sujeito. Outros exemplos: «Eles foram convidados a participar»; «eles estão cansados de esperar». Maria Regina Rocha · 5 de abril de 2007 · 20K
Pelourinho Temer que + conjuntivo O uso do conjuntivo anda cada vez mais arredado na escrita jornalística. É este o caso:«A Comissão Técnica das Urgências prometeu estar atenta, mas disse temer que as reformas para evitar mais ocorrências do género podem falhar por falta de meios técnicos e humanos.»1 O verbo temer exige um conjuntivo na oração integrante que se lhe segue, pois trata-se de um verbo que exprime um sentimento. Maria Regina Rocha · 4 de abril de 2007 · 3K
Pelourinho A construção (impessoal) "tratar-se" «Como se tratavam de valores baixos, o suspeito agora detido foi diversificando as agências onde fazia os depósitos, para iludir as autoridades (…)». 1 A construção "tratar-se de" significa «ser o caso de», «estar em causa», e é uma construção impessoal, o que faz com que só se conjugue na terceira pessoa do singular. Exemplos: «Trata-se de muitas pessoas», «tratava-se de várias burlas».Portanto: «<span style="font-weight... Maria Regina Rocha · 4 de abril de 2007 · 2K
Pelourinho O pleonasmo "voltar a repetir" Primeiro, foi subcomissária da PSP, comentando os incidentes no Estádio da Luz, referindo-se ao local que fora destinado aos adeptos do Futebol Clube do Porto: «Efectivamente aquela posição não é uma posição para voltar a repetir.». Depois, foi o próprio jornalista, autor da peça: «A PSP não quer que se voltem a repetir situações de violência».1 Maria Regina Rocha · 4 de abril de 2007 · 4K