Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Olá (nada) fresquinho

«"Ganhas-te" um brinde Olá» e «Já "experimentas-te" os chocolates Olá?» são duas frases que se podem ler num cartaz da Olá* produzido especialmente por aquela marca para o Dia Mundial da Criança de 2014. Ou seja, ganhas-te aparece por ganhaste (pretérito perfeito do indicativo de «ganhar») e experimentas-te por experimentaste (pretérito perfeito do indicativo de «experimentar»).

«Não, Professor, foi horrível, tinha sido pai dias antes e, enquanto estive no país tropical, tive angustiado a pensar o dia todo no meu filho e na minha mulher».

Opinião, Alexandre Real, OJE, n.º 1645, 20 de maio de 2014, p. 12

Linguicida

Ainda à volta do neologismo austericida frequentemente utilizado pela eurodeputada portuguesa Ana Gomes, reeleita pelo Partido Socialista, quando se refere à política seguida em Portugal pelo Governo de Passos Coelho. Texto do autor, publicado no jornal "i" de 29 de maio de 2014.

 

 

Um mar de factos na <i>Estante</i>

Pelo menos, quatro vezes fato (p. 24 (2), 37, 56) – por facto; pelo menos outras tantas contato (p. 24, 29, 34 (2) – por contacto.

 

(...)

<i>Em Alvito</i>, e não <i>«no» Alvito</i>

 

O nome da vila alentejana onde os «nascimentos subiram 81%» não é precedida de artigo1. Bastava, a quem assina a reportagem no semanário "Expresso" de 17/05/2014, essa curiosidade... jornalística suplementar: como é o uso local? "No" Alvito ou "em" Alvito? E o município  da terra de...

(Des)memórias do cárcere...

«[…] no final do dia, Salomé Santos foi reenviada para a sua cárcere precária […]. Sexta-feira, Salomé Santos pode, então, sair da sua cárcere […]»

RTP, 14 de maio 2014, a propósito da detenção de uma portuguesa em Punta Cana (República Dominicana)

Campeão português. Logo, em inglês.

Media Open Day chamou o Benfica – ou melhor, quem lhe (des)trata da comunicação mediática – ao bónus de 15 minutos que deu aos jornalistas, num treino da sua principal equipa de futebol, vencedora do campeonato português deste ano, o 33.º da sua história. E como há ainda dois outros títulos nacionais assegurados ou em vias disso, o mais popular clube português, de facto, não podia ter encontrado melhor maneira de se anunciar aos portugueses. Em inglês, pois então1.

Esse

A propósito do funcionamento de telemóveis e operadoras em Angola, Edno Pimentel assinala o erro "códico", que ocorre em lugar da palavra correta, código

 

Nos últimos tempos, as pessoas já “não sabem” por que operadora optar. Queixam-se das que andam por aqui [em Luanda]. Dizem que estão «cheias de planos e promoções», no entanto, «são propagandas que já não surpreendem a ninguém».

<i>Argumentário</i>

Porquê o erudito «argumentário», e não «argumentos» ou «argumentação»? O que leva os jornalistas a colarem-se ao “discursário” político oficial?

 

Encontrei a palavra argumentário no "Expresso" e no i: o governo preparou um argumentário para justificar a «saída limpa»; no Largo do Rato [localização do Partido Socialista], desmonta-se o argumentário; Martins da Cruz tem um argumentário em defesa da  adesão da Guiné-Equatorial à  CPLP.

«[…] a sociedade vive atolhada de informação”, diz.»

Notícias ao minuto, 5 de maio de 2014