«Creio que o País ficará melhor protegido no sentido de poder melhor fazer face às suas necessidades de financiamento se tiver uma rede de segurança»
Teixeira dos Santos, RTP 1, Bom Dia, Portugal, 9 de março de 2014
O «melhor protegido», tal como o «melhor preparado, o «melhor produzido», o «melhor organizado», etc., são expressões que continuam a ser ditas e reditas, frequentemente numa clara manifestação de hipercorreção. E não estão sequer corretas, como já aqui se observou por diversas vezes. Melhor é grau comparativo e superlativo de bem quando modifica o verbo em tempos simples, tal como acontece com as frases: «Portugal trata melhor os emigrantes do que França» ou «Portugal é o melhor país para investir». Mas a anteceder o particípio passado deve-se usar «mais bem», como acontece na frase acima transcrita, que assim deveria ser: «Portugal ficará mais bem protegido [...]». Se, aliás, pensarmos como foram formados os adjetivos bem-parecido, bem-educado, bem-comportado, bem-visto e tantos outros, em que o elemento bem- integra a sua composição, poderemos, por analogia, erradicar quaisquer dúvidas que ainda subsistam relativamente ao uso de melhor e de mais bem.