O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Oceano
Da palavra e da divindade

A Conferência dos Oceanos, realizada em Lisboa, chama a atenção para a palavra oceano, que é o ponto de partida da crónica de Carla Marques para o programa Páginas de Português (Antena 2), numa viagem à mitologia associada à palavra. 

A língua portuguesa e a administração pública
As dificuldades do "administrês"

«Muitos dos textos do Estado parecem escritos para proteger o próprio Estado de eventuais reclamações e processos, o que se compreende. Mas, ao lado das referências às leis e portarias e tudo o mais, os cidadãos precisam de informação clara e instruções para resolver seja que problema for.»

Reflexão do professor universitário e tradutor Marco Neves publicada no portal Sapo 24 e no blogue Certas Palavras em 3 de julho, a respeito da falta de clareza do discurso administrativo – o "administrês" – praticado em Portugal, repleto de termos técnicos obscuros que os cidadãos não entendem. Texto transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia de 1945, conforme o original.

Aguardente, cultura e língua portuguesa
Do grogue à cachaça

 «O vocabulário e as expressões correntes em uma determinada língua são reflexos do desenvolvimento histórico, social e cultural dos povos que a usam, revelando como vivem, trabalham, pensam, amam e interagem socialmente. (...)  Nesse amplo cenário, um dos campos semânticos curiosos [da língua portuguesa] é o que gira em torno da palavra aguardente, designação genérica de uma bebida destilada espirituosa, de alto teor alcoólico, que pode ser feita de cana-de-açúcar, frutas, cereais, raízes e tubérculos, entre outros.»

Crónica da linguista brasilerira Edleise Mendes , docente na Universidade Federal da Bahia, emitida no programa Páginas de Português de 19 de junho de 2022, da Antena 2.

 

Churban, Holocausto e Shoah, ou da difícil nomeação

«Em França, Israel e entre a comunidade hebraica, prefere-se a palavra Shoah, do hebreu bíblico, significando catástrofe; este é também o termo preferido por quantos querem sublinhar a experiência judaica, ou se sentem pouco confortáveis com as conotações de Holocausto: Shoah enfatiza a aniquilação dos judeus, excluindo as restantes vítimas de assassínio em massa.»

Crónica da linguista Margarita Correia publicada no Diário de Notícias em 27 de junho de 2022, na qual é comentada a história das palavras churban («destruiçao»), holocausto e shoah («catástrofe») como formas de designar o extermínio de seis milhões de judeus perpetrado pelo regime nazi na Alemanha e noutros países da Europa central e oriental durante a Segunda Guerra Mundial.

Impasse e empasse
Das palavras parónimas

A relação gráfica entre impasse e empasse e os significados distintos das palavras. Este é o tema da crónica professora Carla Marques, divulgada no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 26 de junho de 2022.

Agradecimentos para quê?
Ainda as respostas a quem diz «obrigado»

 «Os agradecimentos portugueses não têm fim – é uma prova da nossa cortesia. Dizem os povos mais brutos que somos uns fingidos e uns hipócritas. Ainda bem que somos. O que seria da boa educação sem o fingimento e a hipocrisia?» – reflete o escritor Miguel Esteves Cardoso em crónica saída no jornal Público em 22 de junho de 2022, na sequência de uma outra, de 20 de junho, à volta de maneiras de formular respostas a um agradecimento.

 

 

Dos nomes científicos e correntes das doenças
A propósito do termo «varíola dos macacos»

«As doenças têm um nome científico, criado pelos especialistas e muitas vezes acompanhado de uma forma abreviada, que se baseia geralmente na sua etiologia (causa); a par desse nome científico, as comunidades linguísticas criam quase sempre um ou mais nomes correntes, motivados pelos seus sintomas, sinais e outras características apreensíveis a olho nu [...].»

Crónica da linguista Margarita Correia publicada no Diário de Notícias em 20 de junho de 2022, na qual se explica a formação dos nomes científicos das doenças, se comenta o uso destes a par das denominações populares e se critica a preferência pelo termo inglês Monkeypox, a propósito dos surtos de varíola dos macacos em Portugal e noutros países.

 

A origem da palavra <i>verão</i>
Em Portugal e noutros países europeus
21 de junho, início do verão no hemisfério norte, como é o caso de Portugal. Aonde fomos buscar o nome da estação? – pergunta e responde neste apontamento* o tradutor e professor universitário Marco Neves
 
* Texto transcrito, com a devida vénia, do blogue Certas Palavras, com o título original "Qual a origem da palavra Verão" (Verão com maiúscula, segundo a norma ortográfica de 1945, seguida pelo autor). Publicado, também, na plataforma SAPO 24, com a data de 21/06/2022.
Um <i>gay</i>, uma lésbica, a linguagem e algum preconceito
37 termos da linguagem inclusiva

«Chama-se ABCLGBTQIA+ e [...] propõe divulgar “a todes” o significado de 37 palavras ou expressões. Uma oportunidade para aprender o que quer dizer cisgénero, deadnaming, expressão de género, não binária, intersexo, questionamento identitário, pansexual, packing, misgendering, linguagem inclusiva, etc. [E] para aprendermos os conceitos básicos de um mundo que continua a ser novo. Não vale a pena não contar que sejam de aprendizagem instintiva. Não são.»

Artigo de opinião da advogada Carmo Afonso incluído no jornal Público em 20 de junho de 2022.

 

 

O que não lembra ao diabo
O uso de «de nada», «não tem de quê» e «ora essa»

«O “ora essa” nem tem de ser pronunciado com o costumeiro ponto de exclamação. Há o “ora essa” com reticências, comido e descrente. E até há o “ora essa?” com ponto de interrogação, tipo “mas este gajo está a agradecer-me porquê?”.»

Crónica de Miguel Esteves Cardoso incluída no jornal Público em 20 de junho de 2022, com considerações sobre a importância dos usos populares, a propósito das formas de responder em português a um agradecimento.