A língua portuguesa é, nos dias de hoje, para mais de 200 milhões de pessoas, o idioma usado para comunicar com a família e com os grupos sociais onde se inserem. Quer isto dizer que o português é instituído como língua oficial em vários países ao redor do mundo; e, olhando para um mapa das regiões onde este se fala, facilmente se percebe que estas são muito distantes entre si e que divergem os modos como a língua é utilizada em cada uma delas. Contudo, apesar da variação, esta não impede a comunicação entre falantes de diferentes dialetos ou países.
Foi a pensar nos falantes oriundos de vários países e nas suas perspetivas enquanto falantes de diferentes variedades que o Ciberdúvidas teve a iniciativa de se sentar à mesa com três estudantes do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, provenientes de três países cuja língua oficial é o português, sendo eles: Brasil, Portugal e São Tomé e Príncipe. O resultado deste encontro foi a combinação de três relatos que partem de um denominador comum, a língua portuguesa, e assentam na experiência pessoal que cada um carrega.
Dividida em três partes, esta entrevista pretende mostrar que a língua não é estanque e que está sempre em mudança, constituindo o uso que cada um faz dela um pequeno contributo para essa constante evolução. Deste modo, num primeiro momento, os participantes desta conversa, Pedro Ramos, Jairo Júnior e Zenaida Soares, refletem sobre a aprendizagem do português enquanto língua materna em diferentes sistemas de ensino e da evolução dos seus conhecimentos linguísticos ao longo deste processo. Na segunda parte da entrevista, são discutidas as experiências de cada um no uso do português, tendo em conta as suas variedades distintas, o que permite constatar que, apesar do seu pluricentrismo, é mais o que une os seus falantes, provenientes de vários cantos do mundo, do que aquilo que os separa. Por fim, na terceira parte são apresentadas algumas das principais dificuldades sentidas por estes estudantes quando comunicam em português e as estratégicas que cada um adota para as superar.
A partir do vídeo desta conversa, realizado e editado pela equipa do Gabinete de Comunicação do Iscte, iremos divulgar ao longo das próximas semanas três textos que se debruçam de modo mais aprofundado sobre cada uma das três partes da entrevista. Até lá, convidamos todos os nossos consulentes a assistir ao vídeo da conversa (dividido em duas partes) e fazer, tal como estes alunos, o exercício de refletir sobre a língua que todos os dias utilizam para dar forma às ideias e sentimentos.
Parte I
Parte II
Cf. A aprendizagem da língua materna + O pluricentrismo do português