O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Os nomes e marcas históricas <br> da toponímia portuguesa
"De Cunhal a Salazar. Há ideologia nos nomes das ruas de Portugal (e muito mais)"

Um passeio pela toponímia de Portugal leva-nos à Rua Atlântida, ao Largo da Cerveja, a Sá Carneiro, a Cunhal e a Salazar, em Lisboa. O à Canada do Ceguinho, em Ponta Delgada, à Praceta Karl Marx, na Baixa da Banheira, ou ao Jardim do Bacalhau, em Chavestambém em Beja. Fora os topónimos culturais, os religiosos, os militares e os de cidades e países estrangeiros. Mas há também os antropónimos e designações relacionados com os Descobrimentos: Bartolomeu Dias, Pedro Álvares CabralDiogo Cão e Gonçalves Zarco, Boa Esperança, Navegantes, DescobertasCaravelas e Naus. Etc. etc., etc. São ao todo 276 mil artérias com 82 mil nomes distintos no país analisados à lupa neste trabalho de Rui Passos Rocha, com  com ilustações de Maria Gralheiro publicado no jornal digital Observador, no dia 21 de abril de 2018, com o título, no original, "De Cunhal a Salazar. Há ideologia nos nomes das ruas de Portugal (e muito mais)".

Outras terras com nomes peculiares em Portugal

Alhadas, Azias, Carapinha, Cano, Cunheira, Colo de Pito, Deixa-o-resto, , Ponta Delgada e Vendas Novas completam esta segunda lista das localidades com os nomes mais bizarros em Portugal. Tal como o anterior trabalho, De Anais ao Purgatório. As terras mais originais do país, publicado no diário português i, no dia 25 de janeiro passado – e que a seguir se transcreve com a devida vénia – tem também a assinatura da jornalista Joana Marques Alves.

[in jornal i de 31 de janeiro de 2017]

As terras mais originais de Portugal

Aboim das Choças, Anais, Ancas, Cabeça Gorda, Carne Assada, Minhocal, Mioma, Nariz, Picha, Sarilhos Pequenos, Vale de Azares são alguns dos casos de toponímia insólita que pontuam o mapa de Portugal, do Minho ao Algarve, autênticos ex-líbris «que não lembram ao diabo» – como se descreve neste trabalho da jornalista Joana Marques Alves, publicado no diário português i de 25/01/2017, que a seguir se transcreve, com devida vénia.

Ruas da delicadeza
28 nomes emblemáticos da toponímia de Lisboa

Rua dos Arameiros, dos Sapadores, dos Fanqueiros, dos Douradoresda Esperança, das Farinhasdo Terreirinhodo Poço dos Negros; Travessa das MónicasAlto da Cova da MouraEscadinha da Saúde; ou Triste Feia – são alguns dos 28 nomes emblemáticos da toponímia de Lisboa, descritos nesta crónica* do jornalista e escritor brasileiro Ruy Castro.

 * Crónica publicada no jornal Folha de S. Paulo do dia 4 de junho de 2016.

«Nomes da nossa terra»
Burlescos e, muitos, nada decentes...

Em Portugal, como noutros países, os nomes de lugar – ou topónimos – apresentam formas e associações vocabulares inesperadas, muitas vezes à mercê de observações jocosas. Ao escritor português Miguel Esteves Cardoso também não escapou a hilaridade que, de forma mais ou menos direta, alguns casos da toponímia portuguesa podem suscitar. Sobre este tema, transcrevem-se algumas passagens do texto intitulado "Nomes da nossa terra", o qual faz parte de uma das obras humorísticas do autor, Os Meus Problemas, publicada em 1988. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

 

 

Palavras para uma cidade

Num tom leve, em jeito de história, José Saramago evoca as palavras primeiras que deram nome a Lisboa, conduzindo-nos ao passado longínquo anterior à chegada dos Romanos até ao topónimo por que é reconhecida nos nossos dias. 

 

 

Há mais de vinte anos que passo férias na parte antiga da vila de Alvor (Algarve, Portugal) e constato, em boa parte das ruas, a existência de duas toponímias. A mais recente e a mais antiga. Ambas presentes nos painéis de azulejo que identificam os nomes das ruas.

Deverá ou não empregar-se o artigo definido a preceder os nomes de localidades (cidades, vilas, povoações)? Vou apenas referir os nomes de localidades, e não os de continentes, países ou regiões.

Na denominação das localidades, a regra é a da ausência do artigo, como acontece, por exemplo, com os nomes das cidades portuguesas de Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Ponta Delgada, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu. (...)

«Uma amostra das deliciosas diferenças» que separa brasileiros e portugueses em matéria de língua – nesta crónica do autor, publicada no jornal brasileiro Folha de S. Paulo, transcrito no Courrier Internacional (edição portuguesa) de 26 de Setembro de 2007.