Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

Artigo crítico ao Acordo Ortográfico e aos que o defendem. In jornal “Público” de 18/08/2012.

Tenho pouco jeito para o desenho e não gosto de generalizações. Evito dedicar-me a ambas as actividades pela mesma razão: a forte possibilidade de falsear a realidade. No entanto, o tempo que tenho passado na polémica acerca do Acordo Ortográfico tem-me permitido reunir alguns traços que, com maior ou menor frequência, surgem no retrato daqueles que defendem o Acordo.

Entrevista publicada no jornal "i" de 24 de abril de 2012 do diretor do programa de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nela, considera o Acordo Ortográfico (AO) «um desastre», insurgindo-se contra a sua adoção nas universidades portuguesas.  A entrevista conduzida pelo jornalista Nelson Pereira, sob o título  “A lusofonia é uma espécie de colonialismo de esquerda”. Manteve-se a grafia segundo a norma de 1945 seguida ainda pelo jornal.

 

«O facto de o AO não concitar qualquer consenso nem contribuir para unificar seja o que for é razão suficiente para, no mínimo, se suspender a sua aplicação e fazer respeitar a <a style="font-style: italic;" href="http://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/ConstituicaoRepubli...

Concordo que o Acordo Ortográfico (AO) de 1990 precisa de ser aperfeiçoado. Na adaptação ao novo AO do Prontuário da Texto em elaboração, concluí que há excesso de incoerências, decisões não suficientemente sedimentadas e, até, erros técnicos no texto.

«Surpreende-me haver tanta gente a protestar contra um Acordo Ortográfico que não mexe na oralidade mas procura, sem ir tão longe quanto devia, simplificar a escrita. Não vejo a mesma tenacidade no combate às afrontas à nossa língua, como (…) por exemplo (…) haver uma faculdade pública onde todas as aulas são dadas em inglês (…).» Carta publicada no jornal Público de 12/04/2012.

 

«Portugal assentou oficialmente na necessidade de revisão do Acordo Ortográfico. Isso deveria levar à suspensão dele», sustenta Vasco Graça Moura, a propósito do que, sobre o tema, consta na declaração da VII reunião de ministros da Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, realizada em Luanda. Artigo publicado no Diário de Notícias de 11/04/2012.

 

 

Porquê um acordo ortográfico <br> e porquê este?

«Se a língua está em “perpétua evolução”, também a ortografia, sua serva, deve obedecer à mesma deriva», escreve o académico português Fernando Cristóvão, em Porquê um acordo ortográfico e porquê este? [edição Clepul/Universidade de Lisboa, 2012]

Filólogo critica acordo ortográfico <br> por recorrer à pronúncia para criar regras

«Por isso é que tem este princípio: se se pronuncia, fica, se não se pronuncia, corta-se», afirma à Agência Lusa o investigador convidado do Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho e investigador jubilado da Associação Piaget Internacional, que sábado profere em Coimbra a comunicação Acordo Ortográfico: SOS pelas matrizes profundas da Língua Portuguesa.

Um artigo-esclarecimento do secretário de Estado da Cultura português, depois das suas declarações à TVI 24, admitindo «melhorias pontuais» ao Acordo Ortográfico. Publicado no semanário Expresso de 3/03/2012.

 

 

É bom quando isto acontece: o país discute a sua Língua. Estamos pouco habituados a fazê-lo. Mesmo quando se trata apenas da ortografia, o debate revela que os portugueses estão disponíveis para que um tema desta natureza marque a “agenda política corrente”.

Na discussão do Acordo Ortográfico, além dos termos de uma estéril querela que se fica por questões de princípio, é possível perceber que por mais críticas que tenha suscitado, por mais que tenha sido desautorizado cientificamente, ele resistiu pela sua condição de projeto político.