Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.
O injustificável acordo orto(?)gráfico

Artigo de contestação ao Acordo Ortográfico – considerado pelo seu autor «uma completa inutilidade, que desfigura desnecessariamente o português escrito, em nome de um suposto objectivo cujo ponto de partida não passa do erro gerado por um entendimento absurdo do que faz divergir os diferentes usos da língua.» [in jornal "Público" de 7/08/2016, de que, com a devida vénia se transcreve na íntegra a seguir. Sobre o tema, e com visões similares ou distintas, cf. Textos Relacionados.]

AO90, a fórmula do desastre

«(...) O sistema português das consoantes etimológicas encontra-se, desde há séculos, em profunda instabilidade, digamos tudo, em estado caótico, e não se lhe vislumbra melhoria. Podemos lamentá-lo, podemos tentar abrir aqui e ali corta-fogos, mas a instabilidade veio para ficar. E que fez este AO? Tirou-nos duma situação em si suportável, e introduziu-nos, sem ganho nenhum, num emaranhado de perplexidades. (...)»

[artigo que se transcreve a seguir na íntegra e conforme a norma seguida no original, in jornal Público de 1 de agosto de 2016. Uma referência ao Ciberdúvidas e outro ponto igualmente menos rigoroso do autor justificaram duas notas da nossa responsabilidade editorial.]

Inconstitucionalidades da Resolução n.º 8/2011 (AO 90)

Dois dos mais ativos oponentes do Acordo Ortográfico, em Portugal, juristas de formação, consideram neste artigo** haver cinco inconstitucionalidades e uma ilegalidade na Resolução do Conselho de Ministros, de janeiro de 2011, que determinou a sua aplicação no sistema educativo do país no ano lectivo de 2011-2012 e, a partir de 1 de janeiro de 2012, ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades na dependência do Estado (vigorando em pleno a partir de 22 de maio de 2015).

** in jornal "Público" de 30 de julho de 2016

Carta aberta ao PR:<br> o acordo ortográfico do nosso descontentamento

« (...) Desde a assinatura do Acordo Ortográfico, a 16 de Dezembro de 1990, muitos foram os políticos que atentaram contra um dos pilares do nosso património cultural imaterial, e deles a história dará conta. Espero que Vossa Excelência fique na história exactamente pelas razões opostas.»

[carta aberta ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, publicada no jornal "Público" de 25/07/2016]

Contra o acordo infame

«O Acordo entrou em vigor por força da lei, em obediência a uma construção ideológica chamada lusofonia, mas não por força da aceitação pelos cidadãos e da aprovação pelas instâncias de carácter científico. Na história da nossa democracia, não há procedimento tão absurdo e tão próprio de um poder totalitário como este.» Palavras que o jornalista António Guerreiro escreveu para o jornal Público de 13 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

A negligência na língua e na escrita é princípio da decadência dum país

O editor Guilherme Valente rejeita o Acordo Ortográfico de 1990 e observa: «[...] a escrita [...] pode e deve ser actualizada. Mas no seu tempo e com critério, tocando-se nela com precisão cirúrgica, sem ferir a sua lógica, sem quebrar o fio agregador da sua origem e da sua história.» Texto publicado no jornal Público de 13/05/2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

A reversão mais valiosa para o futuro:<br> acabar com o Acordo Ortográfico

O historiador e político José Pacheco Pereira classifica o Acordo Ortográfico de 1990 como «mais um dos aspectos do desprezo pela cultura das humanidades que caracterizou estes últimos anos» e acrescenta: «O Acordo Ortográfico é um monumento de ambiguidade às relações entre Portugal e os países onde se fala a língua portuguesa, que ninguém desejou nem pediu e que acabou por servir para gerar enormes efeitos perversos, que se arriscam a cair apenas sobre Portugal, visto que no Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor, o caminho seguido é deixar o Acordo apenas na sua condição de papel.» Texto transcrito do jornal Público de 7 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

«O AO90 – escreve o autor, um dos subscritores da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra a aplicação do Acordo Ortográfico em Portugal – ficou (nos seus próprios termos) inaplicável, suspenso de facto futuro». Texto dado à estampa pelo jornal Público de 26/02/2012.



O acordês e a glotofagia
Convenção e exclusão no mundo de língua portuguesa

«Reconheço algo de nobre na ideia de unificar, juntar, como se pudéssemos todos "falar a mesma língua". Porém, a mesma língua pode falar-se nas variantes existentes e, se há fracturas e incompreensões, elas são atribuíveis a questões políticas e económicas e nunca a questões ortográficas», escreve o professor António Jacinto Pascoal neste artigo de opinião publicado no dia 14 de julho de 2011 no jornal Público.

Quarta-Feira de Cinzas

«Não há conversor que permita escolher entre as várias versões gráficas tornadas facultativas pelo Acordo [Ortográfico] e portanto todas e qualquer uma delas são susceptíveis de ser utilizadas, pelo facto singelo de todas e qualquer delas constituírem alternativas admitidas como correctas», escreve o escritor, poeta e eurodeputado português Vasco Graça Moura, em artigo publicado no Diário de Notícias de 25 de Fevereiro de 2009.