Controvérsias Minas antipessoal Na qualidade de ex-oficial sapador devo manifestar o meu completo desacordo relativamente à resposta a uma questão em que se defendia a forma minas antipessoais (in Respostas Anteriores). Uma mina antipessoal é uma mina contra pessoas e não uma mina para uso pessoal. Na minha modestíssima opinião, é um absurdo dizer minas antipessoais. Devo dizer que até me «arranha» os ouvidos !!! O plural de mina anticarro é minas anticarro e não minas anticarros. José João Roseira Coelho · 24 de outubro de 1997 · 4K
Antologia // Portugal Lamentável sabujice A preferência do estrangeirismo ao idioma nacional «Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade; e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa, vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização. Não há já para ele o especial e exclusivo encanto da fala materna com as suas influências afectivas, que o envolvem, o isolam das outras raças; e o cosmopolitismo do Verbo irremediavelmente lhe dá o cosmopolitismo do carácter. Por isso o poliglota nunca é patriota.» [Eça de Queirós, in A Correspondência de Fradique Mendes, 2ª. ed. Porto, 1902. pág. 142] Eça de Queirós · 24 de outubro de 1997 · 8K
Pelourinho Pobre Benfica Tanto quanto os debates à volta das eleições do Benfica , só mesmo os disparates que, por via delas, se têm ouvido na rádio e na televisão portuguesa. Nesta última semana, e só para exemplo, fica aqui o registo do que mais arranhou os ouvidos de qualquer lusófono. Na RTP, António Sala, director de programas da Rádio Renascença e apresentador de TV (com responsabilidades acrescidas), parecia um analfabeto no "Domingo Desportivo": "houveram" para aqui e "houveram" para... José Mário Costa · 23 de outubro de 1997 · 3K
Diversidades Os Descobrimentos e eu ... (5) Volto a repetir que devo muito à minha mãe como uma educadora com visão e capacidade de planeamento e execução. Ela tinha muita consciência da importância de contactos sociais. Além de se dar bem com os vizinhos, ela tinha-se apercebido bem da mentalidade colonial de hipocrisia e compadrio para avançar na vida. Ela serviu-se em larga medida de mim para conseguir os seus objectivos sociais e económicos. O meu irmão mais velho não correspondia às expectativas da minha mãe nesse sentido. Teotónio R. Souza (1947-2019) · 17 de outubro de 1997 · 3K
Antologia // Portugal Pobre vogal De todas as vogais portuguesas, a mais desgraçada é o e. Pouca gente, hoje em dia, a sabe pronunciar quando lhe vem à colação. Vejamos os casos em que deve valer i - sem que se ajude a cumprir esse dever. Um dos casos é aquele em que o pobre do e inicia palavra sem força bastante para merecer a designação de tónico. É o caso do e inicial átono... Toda a gente soube, até há pouco tempo, que o e in... João de Araújo Correia · 17 de outubro de 1997 · 3K
Diversidades Os Descobrimentos e eu ... (5) Volto a repetir que devo muito à minha mãe como uma educadora com visão e capacidade de planeamento e execução. Ela tinha muita consciência da importância de contactos sociais. Além de se dar bem com os vizinhos, ela tinha-se apercebido bem da mentalidade colonial de hipocrisia e compadrio para avançar na vida. Ela serviu-se em larga medida de mim para conseguir os seus objectivos sociais e económicos. O meu irmão mais velho não correspondia às expectativas da minha mãe nesse sentido. H... Teotónio R. Souza (1947-2019) · 17 de outubro de 1997 · 4K
Pelourinho Tontices inaudíveis A Feira de Frankfurt – ou Francoforte, como prefere dizer, bem à portuguesa, o enviado da RTP, Pedro Oliveira – tem como tema central, este ano, Portugal e a sua literatura. Tema mais que central, por isso, nestes dias da imprensa portuguesa. Caso da Antena 1, que lhe tem dedicado cobertura diária no seu Programa da Manhã. Pena só que, imediatamente antes ou depois, o português passe a língua de segunda ordem no principal canal da estatal RDP. Em duas rubricas dedicadas ao ... José Mário Costa · 15 de outubro de 1997 · 3K
Controvérsias Pró - em sede de... Nunca dei por mal empregado o tempo que já gastei no vosso consultório nas 10 ou 12 vezes em que a V. recorri, e por isso não posso deixar passar em claro uma tendência nociva, patente numa sociedade dia após dia mais generalizadora, tendência esta bem notória numa resposta do vosso linguista mais destacado, o dr. Neves Henriques. 10 de outubro de 1997 · 3K
Controvérsias Anti - Em sede de... Ponto prévio: não sou licenciado em Direito. De tal matéria, ressalvo desde já, nada percebo. Agradeço por isso ao "Ciberdúvidas" o ter-me enviado os comentários de ilustres jurisconsultos (em linha como contraponto desta controvérsia) e a maneira delicada e compreensiva como tais comentários foram apresentados. José Neves Henriques (1916-2008) · 10 de outubro de 1997 · 7K
Pelourinho Fugiu o Nobel, ficou o erro Os escritores de língua portuguesa podem, mais uma vez, queixar-se do esquecimento da Academia Sueca, na atribuição do Prémio Nobel da literatura. Jorge Amado, José Saramago, João Cabral de Melo Neto, António Lobo Antunes – para só referir os mais citados, invariavelmente, na habitual bolsa das apostas dos noticiários – foram desta vez preteridos pelo italiano Dario Fo. Frustração deles e de todos os lusófonos seus leitores que, ainda por cima, voltaram a ouvir mal pronunciado o nome do inven... José Mário Costa · 9 de outubro de 1997 · 5K