Controvérsias Embondeiro O facto de eu afirmar que a grafia oficial é embondeiro, justificada pelo notável foneticista Gonçalves Viana pela sua origem africana, não quer dizer que não haja dicionarizada a variante imbondeiro (p.ex., de facto, na "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira"). Embora respeite muito a grande competência do professor e poliglota Artur Bivar, neste ponto vale mais para mim a de Gonçalves Viana, o maior linguista português até a data. Para contrapor ao "D... F. V. Peixoto da Fonseca (1922-2010) · 25 de julho de 1997 · 8K
O nosso idioma // Etimologia Imbondeiro Origem etimológica do quimbudo angolano «Foi através da língua mbundu (quimbundo, em português), falada na savana luandense, que os portugueses enriqueceram a sua língua com mais um vocábulo: imbondeiro» Apontamento da autoria do jornalista luso-angolano Rui Ramos. Rui Ramos · 24 de julho de 1997 · 5K
Pelourinho Desconversa (im)perfeita Uma nutrida comitiva governamental portuguesa anda pelo Brasil e, agora, pela Argentina, numa daquelas maratonas oficiais de muita conversa, montanhas de promessas e de nulidades práticas, quase sempre. E como coincidiu com o tricentenário da morte do padre António Vieira, a língua portuguesa foi a sobremesa obrigatória, servida na hora dos discursos. E entre hossanas, compromissos regados a champanhe e incentivos de conveniência, só faltou o primeiro-ministro António... José Mário Costa · 22 de julho de 1997 · 3K
Controvérsias Torriense, naturalmente 1- É claro que podemos formar várias palavras como gentílicos de Torres Vedras: torreenses, torrienses, torrianos, torresãos, etc. Mas o que interessa é outra coisa: é ver qual a forma preferível. Para isso não é preciso comentar, discorrer e tomar posição, porque temos uma ortografia que foi estabelecida em 1945. Basta, pois, consultar um dicionário - todos eles, a partir daquela data, registam as palavras seguindo essa ortografia. Vemos, pois, que esse gentílico se deve escrever assi... José Neves Henriques (1916-2008) · 18 de julho de 1997 · 6K
Controvérsias Obviamente, Torreense (…) Designando os naturais de Torres Vedras podemos escrever torreenses, torrienses, torrianos, torresãos, e ainda outras formas gentílicas que queiramos adoptar. Todas elas estão correctas, e, para cada uma, haverá argumentos que validam o respectivo critério de adopção. Andrade Santos · 18 de julho de 1997 · 4K
Antologia // Portugal Vícios da Língua No Sermões e Lugares Selectos, o Padre António Vieira refere que quando o diabo caiu do céu, coube a Portugal a língua dele que ao menos assim nos entendem as nações estrangeiras, que de mais perto nos tratam. Padre António Vieira · 18 de julho de 1997 · 5K
Antologia // Angola O Senhor Feijó * A escola de Catete não tinha mestre. A professora, que diziam ser de Lisboa, teria alegadamente fugido para Luanda para não mais voltar à vilinha do interior em que a administração colonial a depusera. Teria ficado, de início, assustada e, depois, farta da vida pelas terras do vasto mato angolano. Arlindo Barbeitos · 11 de julho de 1997 · 3K
Pelourinho «Siclistas» da SIC O canal de televisão português SIC resolveu ser criativo e engendrou uma rubrica chamada «Siclismo». Brilhante! Nos primeiros anos de escolaridade, o efeito não se fez esperar. Muitos alunos, para designar corridas de bicicletas, já não escrevem ciclismo com c no início da palavra, mas com s. Conta uma professora que, quando corrigiu este erro a um aluno, ele lhe perguntou: «Quer saber mais do que a SIC?» João Carreira Bom · 11 de julho de 1997 · 3K
Pelourinho Tirar a espoleta ao assunto Pela primeira vez, nos audiovisuais portugueses, ouvimos empregar o verbo despoletar com o sentido próprio: «tirar a espoleta a», evitar a explosão do engenho, anular um incidente. Foi na segunda-feira, 7, de manhã, na TSF. Segundo o repórter, o secretário de Estado português das Comunidades, José Lello, no final de uma visita à África do Sul - perante a ira de membros da comunidade portuguesa, cansados de uma alegada falta de representa... João Carreira Bom · 8 de julho de 1997 · 5K
Antologia // Brasil Tropeçando nos acentos Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta "última flor do Lácio, inculta e bela", de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago, Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante. Mas... Moacyr Scliar · 4 de julho de 1997 · 8K