Lusofonias Lula e a língua do povo O português falado pelo presidente do Brasil levanta debate sobre a influência da oralidade no idioma culto e no ensino de gramática nas escolas Na última campanha eleitoral, parece que nenhum candidato criticou outro pela indigência formal do discurso ou por supostos erros gramaticais, embora tivesse havido abundantes escorregões nas falas de improviso de todos eles. Escorregões em relação à língua culta, claro. Nas gravações dos programas eleitorais, no entanto, havia equipes filtran... Josué Machado · 30 de maio de 2003 · 5K
Antologia // Angola A morfologia das palavras As crianças praticam a língua como se esticassem fios de seda para prender os perímetros da vida e com os fios que sobram encontram tempo para enrolar devagarinho em bola de jogar sobre a terra húmida que ajudam a arrendondar com os pés pequenos. Ana Paula Tavares · 23 de maio de 2003 · 7K
Pelourinho Vemos, ouvimos e lemos... Não é preciso um grande esforço de atenção para nos apercebermos, nas mais diversas situações, dos maus tratos que a língua sofre no dia-a-dia, em serviços prestados quer por empresas privadas quer públicas.Uma manhã destas, ao ouvir no noticiário da Antena 2 que o Grande Prémio da APE fora atribuído a Lídia Jorge, chamou-me a atenção um "vão haver menos espectáculos"... Maria João Matos · 21 de maio de 2003 · 5K
O nosso idioma O 25 de Abril no léxico português O que mudou no léxico da língua portuguesa com o 25 de Abril de 1974 em Portugal – neste artigo da linguista Margarita Correia, assinalando o 29.º aniversário da "Revolução dos Cravos". Margarita Correia · 16 de maio de 2003 · 12K
Antologia // Moçambique A Língua Portuguesa em Moçambique Devia falar de letras, começo por números. Apenas 40 por cento de moçambicanos falam português. E falam-no como segunda língua. Só 3 por cento têm no português a sua língua materna. O idioma português não é a língua dos moçambicanos. Mas, em contrapartida, ela é a língua da moçambicanidade. Há 30 anos, a Frente de Libertação de Moçambique, ainda na guerrilha anticolonial, viu no idioma lusitano uma arma para a unificação do país e a construção da Nação. Aquele instrumento que servira a ... Mia Couto · 9 de maio de 2003 · 24K
Pelourinho Um aberrante "Destak" "Destak" é o título de um jornal de distribuição gratuita nas estações dos comboios em Portugal. "Destak": assim mesmo, com aquele k a fazer de que – tal como o do anómalo Kinas. Aquele k no nome da estapafúrdica mascote do próximo campeonato/copa europeu/européia de futebol foi justificado como forma expedita de "passar" melhor o evento que se vai realizar em Portugal, em 2004 (...) José Mário Costa · 22 de abril de 2003 · 2K
Lusofonias Os três círculos da lusofonia Situa-se a lusofonia na convergência de várias dinâmicas que a História lusa tem despertado ao longo dos séculos: a das utopias de Vieira, Sílvio Romero, Pessoa, Agostinho da Silva e muitos outros, e a dos factos e situações criadas a partir da colonização portuguesa e das opções livres partilhadas pelos novos países que reafirmaram a língua portuguesa como sua língua materna, oficial ou segunda. Fernando Cristóvão · 16 de abril de 2003 · 9K
Lusofonias A língua portuguesa na Galiza Na Galiza se digladiam ainda duas posições quanto à normalidade da língua portuguesa do povo galego lusófono: uma lusófona/lusógrafa e outra hispanófona/hispanógrafa; o ditador Franco, antes de falecer, deixou instituída a monarquia na pessoa do chefe de Estado Juan Carlos de Bourbon e, daí, se derivaram influências nefastas para a normalização das línguas não castelhanas do Estado espanhol: português da Galiza, basco, catalão. José Luís Fontenla · 4 de abril de 2003 · 10K
Antologia // Angola Língua materna "(...)Português, irmão, é difícil mas não custa"(Lourentinho, personagem de um livro de José Luandino Vieira) "Pela voz da mãe eles conhecem a mãe deles..."(Provérbio cabinda) Há nas nossas relações com a língua materna um certo efeito almofada que, como a mão fresca das mães nas nossas infâncias febris, amortece a queda, suaviza a dor. Ana Paula Tavares · 3 de abril de 2003 · 6K
Controvérsias Ponto final na querela da vírgula Esta querela à volta da vírgula de Saramago já vai longa, mas seja-me permitido por uma última vez pronunciar-me e, em particular, respondendo ao último texto da dr.ª Maria João Matos. Vejamos, então, mais uma vez a frase do nosso escritor: "Uma língua que não se defende, morre." Sim, podemos considerar este se como uma partícula apassivante - certíssimo. Coisa engraçada!... Quando dei a minha resposta pensei nas duas classificações: partícula apassivante ou pronome indefinido? José Neves Henriques (1916-2008) · 31 de março de 2003 · 5K