Pelourinho A regência do verbo esclarecer «M.C. não quis esclarecer ao 24 Horas o motivo da demissão». A frase, do jornal citado, traz este erro: o verbo esclarecer não se utiliza com a preposição a. O verbo esclarecer pede um complemento directo sem preposição (esclarecer alguém): «Esclarecer o público», «esclarecer os participantes», «esclarecer as pessoas», etc. Pode também pedir um complemento regido da preposição sobre ou da locução acerca de: «Esclar... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 18 de maio de 2006 · 28K
Pelourinho «Queria dizer-lhes» (e não “queria-lhes dizer”) + a dif. entre «ter que» e «ter de» «Eu queria-lhes dizer que nós temos que olhar para o futuro». Numa frase, duas incorrecções de quem a proferiu, o ministro da Saúde português Correia de Campos, num debate sobre o encerramento de maternidades no programa “Prós e Contras”, da RTP-1. A primeira diz respeito à colocação do pronome e, a segunda, ao emprego de ter que em vez de ter de. O pronome lhes deveria estar ligado ao verbo que o tem como complemento, que é o verbo dizer: «Eu queria dizer-lhes». José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 18 de maio de 2006 · 6K
Ensino Português 1 x 2 Recebi na semana passada um ofício assinado pelos ministros da Educação, da Cultura e dos Assuntos Parlamentares convidando-me para integrar a Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura (PNL). Aceitei o convite muito penhorado, tanto mais que se prevê a possibilidade de a referida comissão aconselhar na execução do plano e participar em acções e iniciativas que venham a ser lançadas no seu âmbito.O PNL «concretiza-se num conjunto de medidas destinadas a promover o desenvolvimento de ... Vasco Graça Moura · 17 de maio de 2006 · 3K
Pelourinho Sobre a redundância “tremendamente enorme” 1.«Acho tremendamente enorme que Barcelos, por exemplo, tenha 37% de cesarianas, quando só aceita grávidas normais.»1 Poderia ter-se considerado tremendo que Barcelos tivesse 37% de cesarianas ou enorme a percentagem de cesarianas. Desadequada foi a utilização do adjectivo enorme para caracterizar ou qualificar o que se exprimiu numa oração («que Barcelos tenha 37% de cesarianas»). O adjectivo enorme liga-se a... Maria Regina Rocha · 17 de maio de 2006 · 3K
Pelourinho Sujeito no plural, predicado no plural «A questão, porém, persiste. E quando se vê e revê as imagens televisivas da actuação da polícia, quando se lê e relê as notícias nos jornais, a questão que salta à vista é saber...»1 É, de facto, um erro persistente este dos verbos como ver (ou rever), ler, vender, alugar, etc. conjugados no singular com o sujeito no plural. 1 São José Almeida, Público de 13 de Maio p.p., pág. 13 José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 15 de maio de 2006 · 4K
Pelourinho Ainda e sempre o torpedeado verbo haver Erro ainda pior veio no jornal “24 Horas” de 14 de Maio p. p.: «O presidente do FC Porto alertou para os problemas de segurança que podem existir caso hajam espectadores a mais no Jamor.» É das regras mais básicas da língua portuguesa: o verbo haver no sentido de «existir» não tem plural; conjuga-se só na terceira pessoa do singular, independentemente de se lhe seguir... José Mário Costa · 15 de maio de 2006 · 5K
O nosso idioma Erros de palmatória «O jornal Público, que é dos únicos jornais que ainda se podem ler, tem vindo a desapontar numa área que é crucial. Falo da ortografia, que tem vindo a ser descurada pelos senhores jornalistas nos últimos tempos. Julgo ser fácil apontar os motivos que a fazem uma área crucial. Simplesmente o jornal é uma publicação impressa ou "digital" mas que é lida e para além de ter um papel informativo tem também um papel educativo. (...) Rui Araújo · 12 de maio de 2006 · 8K
Pelourinho A colocação do pronome pessoal em orações relativas «Quem se cruzou com o ‘Noivo’ da TVI foi Lurdes Norberto (...). ‘Interessava-se muito por leitura’, conta a actriz que lembra-se de um episódio bem saboroso quando o actor levou o elenco a um restaurante na Póvoa de Varzim (...).»3 Nas orações começadas pelo pronome relativo que, o pronome pessoal se precede o verbo: «As pessoas que se amam», «os livros que se lêem», «as visitas que... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 12 de maio de 2006 · 3K
Pelourinho «Se revir», e não «se "rever"» Confrontado pelos jornalistas com a notícia da desistência do empresário Patrick Monteiro de Barros da construção de uma nova refinaria em Sines – e das críticas daí decorrentes ao Gover... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 12 de maio de 2006 · 8K
Pelourinho Legendas calinas De arrepiar os erros de ortografia e de concordância nas legendas e nos rodapés informativos das televisões portuguesas. «Ministro das Finanças não vê razões para baixar prespectivas (em vez de perspectivas de crescimento»; «ONU não conseguiu intendimento (em vez de entendimento)»; «China e Rússia põe reservas (em vez de põem reservas)»2. 2 in “Telejornal” e “Jornal da Tarde” da RTP-1, 9 de Maio de 2006. José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 12 de maio de 2006 · 3K