Pelourinho «Decidiram-se a» + infinitivo impessoal «Pelos vistos, uns senhores em Lisboa decidiram-se por, na secretaria, tentarem condicionar e conseguir aquilo que, de outra forma, no caso concreto, de Braga, nunca conseguiram eleitoralmente. É uma enormidade, para não adjectivar de outra forma». Três erros nesta frase, dita1 pelo líder da distrital do CDS-PP... João Alferes Gonçalves (1944 — 2023), José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 10 de julho de 2006 · 5K
Antologia // Portugal Redondilha Por baixo da superfícielisa de cada palavrapor dentro da fenda sísmicada gramática onde fulgurao magma (sintaxe mágica)de Babilónia a Sião.Entre o étimo e o sintagmano avesso desse centroonde há uma estrela caídapara dentro do ocultorelação irreveladaentre o corpo e a palavra.Onde o invisível tremorda terra percorre o sanguee então de súbito a flautaonde só Camões é quemsobre esses rios que vão entre ninguém e ninguém. Manuel Alegre · 30 de junho de 2006 · 4K
Pelourinho «O aluno excluiu»? Não! «Foi excluído»! Chumbos, reprovações, retenções ou exclusões são fruta da época. Em rigor, são os alunos (ou todos aqueles que se submetem a uma avaliação) que são chumbados, reprovados, retidos ou excluídos. São eles sujeitos passivos de um agente mais ou menos implacável que os chumba, reprova, retém ou exclui. Chumbar, reprovar, reter ou excluir são, em termos gramaticais, verbos transitivos directos, quer dizer,... Maria João Matos · 30 de junho de 2006 · 2K
Pelourinho «Não deixa de ser curioso que... » + conjuntivo É cada vez mais frequente, entre quem fala e quem escreve nos “media” portugueses, o desconhecimento do conjuntivo. Veja-se esta frase, proferida há dias, na SIC, pelo jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho: «Não deixa de ser curioso que a federação inglesa, assim que terminasse o jogo, tente que Figo seja castigado. Não deixa de ser curioso que... Maria João Matos · 29 de junho de 2006 · 3K
Lusofonias Morreu a língua. Viva a língua «Nunca empregueis uma palavra nova, a não ser que ela tenha essas três qualidades: ser necessária, inteligível e sonora. Substituir uma palavra usual por outra palavra cujo único mérito é a novidade não é enriquecer a língua, mas aviltá-la».VoltaireAs palavras são seres vivos que nos querem dizer coisas, exprimir sentimentos, transmitir força ou fraqueza e sobretudo emoções, afinal, tudo isso que se encontra nos seres humanos. Se soubermos vê-las por dentro, sentir-lhes a pulsaçã... Manuel Rodrigues dos Santos · 27 de junho de 2006 · 5K
Pelourinho A vírgula (obrigatória) no vocativo «Fica connosco Sócrates!”», titulava o jornal “24 Horas” na sua edição de 22 de Junho p.p., numa referência ao primeiro-ministro português. Faltou a vírgula entre as palavras «connosco» e «Sócrates», pois a palavra «Sócrates» é um vocativo. Um dos casos de utilização obrigatória da vírgula é precisamente aquele em que ela tem a função de isolar o vocativo: «Meninos, viram onde eu pus o relógio?», «Vem connosco, Maria.», «Minha querida mãe, que bom ouvir as tuas palavras!» Maria Regina Rocha · 27 de junho de 2006 · 4K
Pelourinho «Eu fui um dos que desapareceram (…)» «Eu fui um dos que desapareceu (…)»,contou o que lhe acontecera num programa de ilusionismo José Carlos Malato, o apresentador do concurso da RTP 1, “A Herança.”1 O apresentador foi um daqueles que desapareceram. Desapareceram vários, e ele foi um deles. A expressão «um dos que» pede uma forma verbal no plural, pois o sujeito é o pronome “que” relativo a “dos” (de + os = daqueles): «Eu fui um dos que desapareceram (…)». Maria Regina Rocha · 27 de junho de 2006 · 3K
Lusofonias A pátria é a língua «Tudo começou pela linguagem. Entre os mais antigos vestígios humanos, contam-se os poemas escritos e compilados nos Vedas, em sânscrito, uma língua que desceu com os Arianos das vertentes ao sul dos Himalaias, seguindo o curso do Indo e do Ganges.»António José Saraiva, O que é a Cultura?A pátria é a língua. Dói, por isso, ver os maus-tratos que sofre o português, um pouco por toda a parte, no dia a dia, na escrita, na rádio, na televisão ou nos discursos de muitos responsáveis. ... Guilherme d'Oliveira Martins · 26 de junho de 2006 · 2K
Antologia // Portugal Poema de Helena Lanari Um poema onde Sophia reflete sobre o que a atrai no português do Brasil. Sophia de Mello Breyner Andresen · 26 de junho de 2006 · 6K
Pelourinho Saem e não “saiem” «Os remédios na farmácia (…) saiem mais caros do que no Continente.»2 Saem: assim se escreve correctamente a 3.ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo sair. É frequente este erro, devido à tentativa de representação escrita do que se ouve. Outras formas verbais com o mesmo tipo de terminação: caem, atraem, contraem, distraem, subtraem, traem. Maria Regina Rocha · 22 de junho de 2006 · 44K