Pelourinho Terrível pronúncia Nos últimos decénios, os filmes da Walt Disney têm ajudado muito na divulgação universal dessas histórias. Mas tal «universalidade» tem limites. É o caso do filme produzido sobre Aladino e a Lâmpada Mágica, que recebeu em Portugal (e calculamos que também no Brasil) o título de «Alladin», cuja pronúncia é mais ou menos esta: «aleidine». Duarte Calvão · 4 de fevereiro de 1997 · 4K
Pelourinho Legendagens calinas Erros de Português todos damos, mas, se há abusadores, são os legendistas/tradutores dos filmes que passam na televisão portuguesa. No sábado à tarde, numa fita que tratava do amor à primeira vista, na SIC, lá estava o «houveram» coisas. Raro é o filme em que as legendas saem limpas de erros elementares, próprios de quem não tem a instrução primária. O pior é que esta doença dos «houveram» é maleita contagiosa: pelo menos na TV (e na rádio), lá vem, frequente, a calinada. José Mário Costa · 3 de fevereiro de 1997 · 2K
Pelourinho "Desde" Carnaxide Com a ênfase própria da SIC, o «narrador» anunciou que o canal do dr. Balsemão estava a transmitir o Barcelona-Real Madrid «desde» o Camp Nou, na capital da Catalunha. Assim utilizada, a preposição «desde» é um castelhanismo dispensável, mas muito apreciado pelos profissionais da rádio e televisão. Fere o ouvido. Sobretudo quando «nós», «narradores», estamos a fazer os comentários em Carnaxide. João Carreira Bom · 31 de janeiro de 1997 · 2K
Pelourinho Estrepitoso «enquanto que» Senhor Primeiro-Ministro (de Portugal), Faça-me um favor: respeite um pouquinho só a gramática. No famoso Dia D contra a droga, o senhor esteve numa escola e durante a sua intervenção - na parte que, por azar, foi filmada pela TV - soltou um estrepitoso «enquanto que». Doeu-me. Fiquei intoxicado e não ouvi mais nada. Lembro-lhe: «enquanto» não leva «que». Já o tem. Amílcar Caffé · 29 de janeiro de 1997 · 4K
Pelourinho Desumanidade A RDP-Antena 1 está hoje no pelourinho por um motivo muito pior do que descurar a formação linguística dos jornalistas que, em vez de «êispu», insistem em pronunciar (como ouvimos no noticiário de hoje de manhã), à maneira do dr. António Vitorino, «ecspò» e «ecspô» (Expo 98). Sejam coerentes e digam também: «livrô» em vez de «lívru» (livro) e «milhò» em vez de «mílhu» (milho). Mas isto são trocos. Pior, bem pior, é a política de «recursos humanos» da RDP, que com uma carta despediu, deixando-o s... João Carreira Bom , José Mário Costa · 28 de janeiro de 1997 · 1K
Pelourinho Modismos Porque é que os membros do júri do programa da SIC «Chuva de Estrelas» - na circunstância, Fernando Martins - dizem «performance» em vez de actuação? Porque o Inglês é uma língua «sintética»? Não. «Sintético», aqui, é o Português: actuação e exibição têm menos três caracteres do que «performance». Desempenho, menos um. Fernando Martins e muitas outras figuras do espectáculo, do futebol, da publicidade e dos negócios utilizam certas palavras anglo-saxónicas (pro... João Carreira Bom · 27 de janeiro de 1997 · 4K
Pelourinho Despoletar No Telejornal da RTP1 de 25 de Janeiro, o redactor de serviço utilizou o verbo despoletar para dizer precisamente o contrário do que pretendia. Despoletar um escândalo (na circunstância, os casos de pedofilia na Madeira) significa desactivá-lo, anulá-lo. Espoleta é o disparador; é o dispositivo que produz a detonação de explosivos e projécteis. Portanto, se retirarmos este dispositivo (se despoletarmos o sistema), já não há explosão. Frequente no... João Carreira Bom , José Mário Costa · 26 de janeiro de 1997 · 4K
Pelourinho // Pronúncia Expo 2 Enorme expectativa rodeia o eng. Torres Campos, o novo comissário da Expo 98. Os políticos, como o prof. Marcelo ou a dra. Maria José Nogueira Pinto, pronunciam todos mal: ècspô. Terá o eng. Campos a coragem política de dizer êispo? Não é pedir muito: basta imitar o que já começou a dizer (bem) o primeiro-ministro António Guterres. Isto é: com o o pronunciado como o o final de «livro» e «milho». João Carreira Bom , José Mário Costa · 23 de janeiro de 1997 · 4K
Pelourinho Expo 1 Maria José Nogueira Pinto, líder parlamentar do PP, e Jorge Lacão, líder parlamentar do PS, no Telejornal da RTP1 de 21 de Janeiro, pronunciaram: ecspô 98. Marcelo Rebelo de Sousa repetiu o mesmo erro na TVI, no dia seguinte. Devem dizer: êispo (este o pronuncia-se como o o final de «livro» e «milho»). João Carreira Bom , José Mário Costa · 22 de janeiro de 1997 · 2K
Diversidades Os Descobrimentos e eu… (1) Quem tenha consultado os cronistas portugueses da Índia, tais como João de Barros, deverá ter reparado que as suas «Décadas da Ásia» estão constantemente a utilizar expressões, que somente os especialistas do Oriente poderão hoje em dia compreender. Eis uma passagem: «Acudiu muita gente dos Canarins da terra, que folgavam ganhar jornal por lhes ser mui bem pago, o que causou em pouco tempo ser acabada, e os Gancares se virem a Afonso de Albuquerque, dizendo que ele era Senhor de Goa.... Afons... Teotónio R. Souza (1947-2019) · 1 de janeiro de 1997 · 4K