Dois exemplos recentes de como se anda a falar e a escrever tão mal nos “media” portugueses:
1. No programa “Diário da Manhã”, da TVI, de 4 de Setembro p. p, Paula Martins, da Agência Financeira, referiu-se assim à despesa que os pais têm de fazer neste início do ano le(c)tivo em livros e material escolar, em Portugal: «Depois, ao longo do ano, com certeza, haverão muitas mais despesas».1
2. «Acontece que os sócios mais irredutíveis já procederam à abertura de contas bancárias onde “quem quiser” pode ajudar o Gil Vicente a fazer cobro às muitas despesas judiciais», escrevia-se no jornal “Correio da Manhã” de 9 de Setembro p. p.
É caso para dizer: e ninguém consegue pôr cobro a tanta iliteracia jornalística por aí à solta?
1 «Haverá mais despesas», «haverá muitas despesas», «haverá muito mais despesas». Como é possível que um(a) jornalista não saiba que o verbo haver no sentido de «existir» se conjuga só na 3.ª pessoa do singular e que a palavra muito, estando a classificar um advérbio (mais), tem a função de advérbio, sendo, portanto, invariável?!