Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa

Com o distanciamento próprio dos verdadeiramente sábios, o Prof. Neves Henriques coloca a questão das aspas do holocausto no seu devido lugar gramatical. Não há nada a acrescentar do ponto de vista linguístico àquilo que ele, com a sua habitual competência, defende.

Vários comentários se podem fazer sobre o vocábulo holocausto. Vamos ao que parece que interessa:

1 - É uma palavra da linguagem bíblica, onde aparece umas 500 vezes no Velho Testamento. No Novo Testamento, aparece umas quatro.

2 - Era um sacrifício oferecido pelos judeus a Deus, no qual a vítima (um animal) era inteiramente consumido pelo fogo.

3 - Depois o vocábulo holocausto estendeu-se aos seres humanos, na situação do nosso bem conhecido auto-de-fé.

Dignitário, para quem queira pensar duas vezes, diz-se das pessoas com dignidade (isto é, com posição, consideração, elevação, mérito, estima, etc.) política, social ou qualquer outra. Quem estudou português (ou a isso é obrigado por razões profissionais, caso de um jornalista e locutor) sabe que vem do latim dignitas, numa adaptação directa do francês dignitaire. Qualquer dicionário ensina isto.

Depois dos malditos "paparazzi" (e mal escritos, quantas vezes), a maldita alcoolemia nas razões que levaram ao acidente mortal de Diana Spencer.
   Maldita e mal dita, como se foi ouvindo nas televisões e rádios portuguesas à medida que chegou a confirmação do estado de quase-embriaguês do condutor do automóvel onde seguia a Princesa de Gales, o namorado e o guarda-costas.
   Alcoolemia, /alkwulemía/ e não "alcoolémia", como erradamente se pro...

A morte da princesa Diana de Gales mereceu as mais variadas reflexões e, particularmente, as condições que, alegadamente, levaram ao brutal acidente do automóvel em que seguia, despedaçado algures num túnel subterrâneo de Paris.
   Mereceu e vai continuar a merecer, seguramente, como é habitual nestas ocasiões típicas do mal e da caramunha. Como se viu com a televisão portuguesa.
   Caso da SIC, preocupada, imagine-se, com a devassa da vida privada das figur...

ibero-americano/a diz-se /ibéro-americano/a – e não /"íbero"-americano/a/. Porquê "íbero", se ibero vem de Ibéria?

 

P.S. - Nem faz mal que, logo a seguir, se voltasse a ouvir essoutro disparate recorrente na rádio portuguesa do dezenas de "milhar" (como se escutou toda a semana na RDP, a propósito de uma reportagem sobre as eleições na Figueira da Foz). Come, come, come, "Telecome"!

P. S. - «Foi retirado o texto que anteriormente se encontrava neste local, tendo em conta eventuais interpretações ofensivas contra terceiros que poderiam resultar da utilização da palavra "analfabetos". Ciberdúvidas da Língua Portuguesa não teve, não tem nem nunca terá como seu objectivo a ofensa de terceiros e admite que o termo usado e o contexto da Internet (globalidade e permanência) pode causar lesão à Ideias e Letras, Traduções e Legendagem, Lda.»

O caminho que vai do erro à norma é longo e irregular, tão longo e irregular como a história dos povos.

No sistema não unitário que é uma língua, entrecruzam-se diversos subsistemas resultantes de situações sociais, históricas, culturais e geográficas também diversas.

Lindley Cintra e Celso Cunha, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, distinguem «três tipos de diferenças internas que podem ser mais ou menos profundas:

O facto de presidenta ser o feminino de presidente não quer dizer que nos vejamos obrigados a empregar a forma feminina. Cada um fará como lhe agradar. E não é por os dicionários registarem presidenta que nos veremos obrigados a empregar tal palavra. Lembremo-nos, até, do seguinte: Há muitas e muitas formas femininas que os dicionários não mencionam: professora, advogada, aluna, empregada, enfermeira, etc.