Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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O baixo nível do futebol português não se avalia apenas pelo exibido nos estádios, e que as imagens via TV ainda mais escancaram. Basta ouvir falar os chamados dirigentes (honra às excepções!), especialmente quando eles se pontapeiam verbalmente uns aos outros. Ou os jogadores, treinadores e, até, os comentadores do meio, que tratam a língua (honra também às excepções!) como nem à bola mais esfarrapada. Na exacta medida, afinal, do cartaz empunhado por um grupo de adeptos do falido Sporting Fare...

A última frase de um texto transcrito pelo Ciberdúvidas é «E todos têm razão» (1). Frase essa que me faz reflectir muito sobre as discussões ininterruptas que tenho presenciado ou de que tenho notícia nos últimos tempos. Discussões a propósito, precisamente, da propriedade de quem fala e como fala o Português e da razão que seria um atributo distribuído com parcimónia aos falantes da língua e, apenas, a alguns falantes.

Quando soube pelo "Expresso" de sábado que a nossa mascote para o Euro'2004 é «um rapaz de cabelo espetado, com ar de reguila, e de nome Quinas» fiquei ligeiramente intranquilo. Apesar de o cabelo espetado repelir a possibilidade de o reguila usar o bivaque do Chefe de Quina da antiga Mocidade Portuguesa, o nome é demasiado marcante. A principiar pelas quinas da nossa bandeira.

Regionalismos

Ao contrário do que pensam algumas conceituadas cabeças, falar e escrever bem a língua portuguesa não é exactamente uma mera preocupação de coca-bichinhos, de sujeitos caturras, portadores de uma dúzia de regras prontas a usar, sempre dispostos a embirrar com novas construções e com a natural evolução das formas. Acontece que a língua é património comum de largas dezenas de milhões de indivíduos, e ...

Ao sustentar esta controvérsia com o dr. José Neves Henriques, não me sinto numa posição confortável.

O dr. José Neves Henriques é um estudioso da Língua Portuguesa e já deu sobejas provas dos conhecimentos que tem sobre ela. Com as suas explicações no Ciberdúvidas, aprendi muito e espero continuar a aprender. Pelo contrário, eu entrei como consultora para o Ciberdúvidas praticamente na mesma altura em que manifestei a min...

Se o léxico de uma língua é um sistema dinâmico, isto é, se se caracteriza pelo movimento, importa esclarecer como é visualizada a relação entre um léxico com essas características e um dicionário, produto acabado e, por natureza, entidade estática.

Para o fazer, importa responder a algumas perguntas e desmistificar algumas ideias feitas sobre os dicionários:

1. Até que ponto é que o dicionário determina o que pertence e o que não pertence às línguas?

Voltando à querela da vírgula de Saramago e ao último texto da dr.ª Maria João Matos, talvez que na frase «Uma língua que não se defende, morre», a oração relativa não tenha as características bem marcadas de oração restritiva. Vejamos as seguintes frases:

a) Uma língua que não se defende, morre.

b) Um homem que não se defende, morre.

Suponhamos a seguinte situação: (...)

A Câmara Municipal de Albufeira acaba de seguir o exemplo da Prefeitura do Rio de Janeiro na penalização dos responsáveis pelos cartazes publicitários (e não só) com erros de Português. Ora aí está uma excelente iniciativa, e não apenas em prol desta tão maltratada Língua Portuguesa em locais públicos. Com tantos erros que grassam por aí, a senhora ministra das Finanças bem pode sorrir: para além das portagens, há outra forma de colmatar o défice das contas públicas...

Agradeço ao dr. José Neves Henriques as suas amáveis palavras. É através da controvérsia, certamente, que todos aprendemos, uma vez que ela nos obriga, como diz, "a observar, a pensar, a estudar e a resolver"; é também esse o meu objectivo, e é por isso mesmo que, mais uma vez, me permito discordar da sua explicação.

Acaba de ser ligeiramente reestruturada e adaptada aquela que, há 5 anos, foi a primeira e continua hoje a ser a única Licenciatura em Ciência das Religiões de todas as Universidades Portuguesas. No momento em que, por exemplo, na França «republicana e laica», se discute o projecto da criação, em todas as Escolas, de uma disciplina obrigatória de História e Ciência das Religiões e em que fundamentalismos religiosos de vário género (desde os Islamitas aos Bushianos) ameaçam a paz, a boa...