Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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      Caro Eduardo Prado Coelho, esclareça-me, por favor. Onde podemos encontrar «esse amplo movimento de opinião a manifestar-se contra a terminologia [TLEBS]»? Refere-se aos opinadores de cátedra fixa nos média, auto-autoridades sobre todos os assuntos sobre que discorrem? Contei uma meia-dúzia. Ah!, e o Ricardo Araújo Pereira, que parece que também tem qualquer coisa a dizer. Nenhuma destas pessoas alguma vez produziu fosse o que fosse sobre gramática (tradicional ou ...

     “Telejornal”, RTP-1 (domingo, 26 de Novembro p.p.), José Rodrigues dos Santos, após uma reportagem inicial sobre a morte de Mário Cesariny: «Este é um tema que voltaremos mais daqui a pouco, ainda durante o Telejornal».
     Devia ter dito assim: «Este é um tema a que voltaremos daqui a pouco.»
     Explicação: o verbo voltar pede um complemento introduzido pela preposição a: «Voltar ao tema», «voltar a Lisboa», «voltar à escola».

     Comospolita (que deriva do grego ‘kosmopolites’, que significava «cidadão do mundo»), sendo uma palavra grave, pronuncia-se com a vogal o da antepenúltima sílaba como se fosse um u.
     Não é o que se ouviu a Catarina Furtado, a apresentadora do concurso “Dança comigo”, na RTP-1 (25 de Novembro p.p.), sábado passado, que pronunciou a palavra cosmopolita, como se se tratasse de uma palavra esdrúxula (“cosmopólita”).
     Não há acento algum; logo, [kusmupulita].

A Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) transformou-se num assunto do dia, com apoiantes e detractores que escrevem como paladinos em defesa da sua dama, por vezes com afirmações que não traduzem a realidade, como, por exemplo, algumas de Maria Alzira Seixo (“Visão”, 26/11/2006), de Vasco Graça Moura (“Diário de Notícias”, 1/11/...

     O meu cão é um ser estranho de classificar. Geneticamente apto para caçar – o chamado “cão de parar” – , é pouco cão e pouco de parar. Em vez de “parar”, prefere perseguir e afugentar a caça, porque acha que, se eu o solto no campo, é para caçar para ele e não para mim. Afora isso, também tem mais de humano do que de cão – conforme já me tinha avisado o Manuel Alegre quando lhe contei que tinha um «épagnol bretton» («Cuidado, o tipo vai achar que é pessoa e que pert...

Governo admite recuar nos novos termos gramaticais

O Ministério da Educação promete tomar uma "decisão final e definitiva" sobre o futuro da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) quando terminar o actual ano lectivo, não excluindo para já "qualquer cenário", desde a generalização dos novos termos gramaticais ao seu abandono ou reconversão total.

 

O Monstro [da TLEBS] está entre nós
«Para obrigar os nossos filhos a odiar a língua e a literatura»

«Tinha decidido passar ao largo da TLEBS , o Monstro criado no Ministério da Educação para obrigar os nossos filhos a odiar a língua e a literatura. Que podia uma pequena crónica contra tão medonho Golias? Mas vi num "site" do Ministério o que o Bicho fez a uma indefesa estrofe de Os Lusíadas, a quem chama (pobre estrofe!) "corpo linguístico ambíguo".»

Crónica do jornalista, peta e escritor Manuel António Pina (1943 – 2012), publicada originalmente no Jornal de Notícias de 23 de novembro de 2006, escrita segundo a norma ortográfica de 1945.

Escreve João Costa, e a propósito do [primeiro] artigo de Helena Matos: «Contudo, como a referência ao regulamento de concursos televisivos mostra, Helena Matos confunde, de novo, programas, manuais e textos de opinião». Não sei se Helena Matos folheou atentamente os novos programas e os manuais, mas eu fi-lo, e é com conhecimento de causa que continuarei a a...

Num site do Ministério da Educação, pode encontrar-se a TLEBS [Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário] aplicada à análise de uma estrofe de Os Lusíadas (II, 12), destinada aos alunos do 9.º ano e qualificada como «corpo linguístico ambíguo». O facto de o ministério ter acolhido o trabalho feito numa escola básica na sua página da rede fala por si.

A regra do plural das siglas

 

 Os PALOP, e não os PALOP’S — observa neste apontamento a professora Ana Martinslembrandos a regra do plural das siglas: sem o apóstrofo, mesmo, como é o caso, tratar-se ela  consunstanciar já um plural: Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.