Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Jorge Gabriel, apresentador do Festival da Canção 2007, na RTP1 (10 de Março de 2007), referindo-se ao trabalho dos autores e dos intérpretes do concurso: «Para que estas dez canções aqui chegassem, tiveram de percorrer um longo percurso. É preciso muito trabalho, muita perseverança.» E articulou o s de perseverança como se fosse um z.

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca        
Alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo        
Venha se queimar
Faça como eu digo    
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que se não vai longe        
Eu semeio vento na minha cidade
Vou para a rua e bebo a tempestade

Chico Buarque

 

Já fazia falta um esclarecimento sobre o termo desblindagem, como o da Antena 1, no dia da assembleia-geral da PT. O termo não consta nos dicionários gerais e, no entanto, os principais órgãos de comunicação social usaram-no à vontade, sem recurso a glosa ou expressão equivalente.

«Esta tendência de subida [do petróleo] deve-se ao facto de as baixas temperaturas que se fazem sentir nos Estados Unidos provocarem o receio com um possível aumento na procura de combustíveis (…).» *

Construção correcta: «O receio de um possível aumento.»

Explicação: o substantivo receio pede um complemento iniciado pela preposição de.

Outros exemplos: «Tenho receio de que ele se magoe»; «ele tem receio das doenças».

* in Bom Dia, Portugal, RTP1, 7 de Março de 2007

«Eu tenho uma cara – estou a dar a cara – e não posso, como há-de imaginar, pedir uma votação do partido para, depois, vir a ser acusado de ter uma legitimidade diferente ou menor do actual presidente.»*

Nesta frase há dois aspectos a considerar. Em primeiro lugar, deveria ter sido dito «uma legitimidade diferente da do actual presidente» (uma legitimidade diferente da legitimidade do actual presidente) ou «uma legitimidade menor do que ...

«Hoje [3 de Março de 2007] à tarde, com o fim do Lumiar, Júlio Isidro carimba o fim de uma era; 50 anos depois ainda falta ao canal estatal um museu vivo que não seja uma simplória despensa de maquinaria e artefactos, o livro de ouro está por sair, o teatro para televisão insiste em não se erguer da cova e o arquivo vai-se organizando sob os escombros do que irremediavelmente se perdeu. Mas o f...

Dentro daquela lógica de dividir o mundo entre dois tipos de pessoas, as palavras "difíceis" fazem um bom trabalho.

Infelizmente, nos dias que correm, e pelo menos no que a Portugal respeita, a desproporção entre os grupos chegou ao ponto de um deles estar em vias de extinção. Que é como quem diz decesso. Sabia o caro leitor, antes de ler estas linhas, o que quer dizer decesso?

Do inglês Intelligence Quotient (IQ)

«O apresentador de televisão tem o QI (Quoficiente de Inteligência) mais elevado desde que há vida na Terra», escreveu-se  o  no jornal “24 Horas” de 1 de Março p.p..

É Quociente (de Inteligência)”, termo traduzido do inglês Intelligence Quotient (IQ).

Ouvi há pouco o pivot do Jornal da Tarde da RTP dizer que Al Gore anda a "pregar sobre o aquecimento global". Não quereria o jornalista dizer antes pr(é)gar?

Calinadas na TV...

Deixa de haver serviços de atendimento permanente
"Se não há justificação para estes SAPs se manterem à noite, então, deixam de haver SAPs e passam a haver atendimentos complementares e consultas abertas": assim explicava um responsável da Comissão de Requalificação das Urgências, no programa "Prós e Contras" (RTP1) de segunda-feira passada.