Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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O ministro da Economia, Manuel Pinho, promove e paga – 6 milhões de euros – uma campanha publicitária turística do Algarve, assente nesta ideia: «para vender melhor» o Algarve aos estrangeiros, o nome Algarve passou a ser... "Allgarve". (...)

Iva Domingues, a apresentadora do concurso da TVI A Bela e o Mestre, para uma das concorrentes:«É bom para levantar a moral, Liliana!» Fugiu a boca para a verdade de um programa que não prima propriamente pela moral

«É óbvio que os políticos têm de ser melhor remunerados.»1

Deve usar-se sempre mais bem em vez de melhor, quando o advérbio modifica o particípio passado de um verbo, um adjectivo verbal, como, no caso, remunerados (particípio passado de remunerar).

Portanto: «É óbvio que os políticos têm de ser mais bem remunerados

 

1Notícia do jornal 24 Horas de 25 de Março de 2007, citando uma gestora municipal visada num relatório do Tribunal de Contas

«Já houve 62 multinacionais, em cinco anos, ou seja, todos os meses, cada mês, há uma empresa multinacional, das mais ricas do mundo, que saem de Portugal.»1

Nesta frase, o verbo sair deve ficar no singular, pois concorda com o seu sujeito (que, relativo a «uma empresa multinacional»). Logo: «(…) cada mês, há uma empresa multinacional, das mais ricas do mundo, que sai de Portugal.»

A nova marca "Allgarve", apresentada pelo ministro Manuel Pinho, no passado dia 16, é uma ofensa aos algarvios, a todos os portugueses, a todos os que falam português e a todo o ser vivo pensante.

Ensina-se nas nossas escolas que os árabes entraram na Península Ibérica em 711 e aqui permaneceram cerca de cinco séculos, ocupando a faixa centro-sul. Por isso é que a presença de palavras de origem árabe é extremamente marcante no português actual.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

O nome da moeda única europeia continua a oferecer dúvidas. A vogal da sílaba átona de euro é pronunciada com u ( símbolo fonético [u]) ou com o aberto (símbolo fonético [ó])?1 Do ponto de vista normativo interessa saber qual é a pronúncia mais adequada histórica e estruturalmente. Se uns empregam o nome da moeda única com [ó], muitos encaram-no como uma palavra grave e articulam a letra <o> como [u], ou seja, o som que é esperar na posiçã...

Notícia do jornal 24 Horas, de 21 de Março p. p., sobre a preparação do Futebol Clude do Porto para o jogo com o Benfica: «Tomo Sokota regressou este mês ao Dínamo Zagreb e criou um vazio num dos grandes “fetiches” do FC Porto (…): ir buscar jogadores ao Benfica.»

Paulo Portas, a seguir ao tumultuso Conselho Nacional do CDS-PP, em declarações via Jornal da Tarde da RTP 1, de 19 de Março p. p.: «Lamento profundamente que a direcção do CDS tenha mau perder. Perdeu uma vez, perdeu duas vezes, perdeu três vezes e, quando percebeu que perdeu, bateu com a porta e foi-se embora.»

1. Não é necessária uma leitura especialmente atenta para detectar em Olhos Verdes, de Luísa Costa Gomes, opções gráficas inusitadas.

1.1. Vale a pena fazer uma listagem classificada de diferentes tratamentos gráficos de estrangeirismos.


Adaptações gráficas isoladas:

É comum o recurso a expressões idiomáticas na comunicação social, inclusivamente nos títulos. «Sonae.com admite "voltar à carga" daqui a um ano» (Agência Financeira, 2/3/07), «IPPAR aponta o dedo à autarquia» (Rádio Renascença, 5/3/07), «Bush põe América Latina a ferro e fogo» (Portugal Diário, 10/3/07).