Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Adiar a entrada em vigor do acordo, às portas da sua data inicial, é diplomaticamente pouco sério, quando se trata de aplicar uma decisão do mais alto nível da CPLP

Trabalho em três instituições nas áreas de docência e pesquisa - em Angola, Brasil e Portugal - e, como as matérias são idênticas, procuro usar os mesmos textos, até porque minhas pesquisas têm incidências nas aulas. Não consigo. Em virtude das diferenças ortográficas sou obrigado a modificar os textos para cada um dos casos.

João Malaca Casteleiro em entrevista à revista África 21

Entrevista ao filólogo português João Malaca Casteleiro [ver «Em defesa da Língua», em baixo] nos trabalhos do Acordo Ortográfico começou há mais de duas décadas, no Rio de Janeiro, ao lado do académico brasileiro António Houaiss. Hoje, mantém a defesa da reforma da língua portuguesa e responde com acutilância às argumentações dos adversários do Acordo.

Uma entrevista da autoria do jornalista e escrito angolano João Melo, na revista África 21, de dezembro de 2019.

Um cem sem sentido

 

Percebe-se a ideia: Paulo Bento faz o 100.º jogo como treinador do Sporting, coincidindo com o castigo que lhe fora aplicado pela Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Só que a ideia saiu pela culatra. Ou seja: um cem sem sentido. Fica entretanto a dúvida: saberá o imaginoso tituleiro da manchete do “Record” que a preposição sem é homófona do numeral cem?

Viagem ao futebolês, a língua dos comentadores desportivos portugueses

O estádio apresenta uma considerável moldura humana. As equipas, que sabem ocupar os espaços no terreno de jogo, primam pela lateralização e por uma óptima utilização das faixas, com intervenientes escalonados num 4X2X3X1 clássico.

Caso o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, tivesse ouvido a voz de Padre Antônio Vieira, especialmente o Sermão de Santo Antônio aos Peixes, não teria cometido a insolência de pretender a tutela da língua portuguesa. Vieira é preciso: «O leme da natureza humana é o alvedrio, o piloto é a razão. Mas quão poucas vezes obedecem à razão os ímpetos precipitados do alvedrio?»

«Nós, Rei de Portugal pela graça de Deus, fazemos saber que…» Era assim que, na Idade Média, os monarcas se dirigiam à Nação. A voz do rei era a única com legitimidade para usar da palavra em nome de todos. Daí que o uso da primeira pessoa do plural (nós) para dizer eu tenha recebido a designação de plural majestático. Este nós majestático tinha também o correlativo vós: «Vós, Senhor…»

A adoção das novas regras ortográficas promete criar ruturas e levar a que muitas pessoas deixem de saber qual a forma correta das palavras que escrevem ou leem.

Este texto parece-lhe cheio de erros? Actualmente, sim; mas, em 2018, quando o Acordo Ortográfico entrar em vigor, é assim que vamos escrever. Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe já ratificaram o projeto e em breve o Governo português vai ter de entrar em ação e discuti-lo em Conselho de Ministros.

O linguista Malaca Casteleiro manifestou [no dia 27 p.p.]«estranheza e perplexidade" pelo  adiamento para 2008 da aprovação pelo Governo português do Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico, considerando «lamentável» a decisão.

Em Novembro, em declarações à imprensa na XII Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, dera a garantia de que o Protocolo seria ratificado até ao final do ano.

Adiada aprovação do Protocolo Modificativo <br> do Acordo Ortográfico

Apesar do anúncio feito em 2 de Novembro pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, segundo o qual a aprovação do Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico aconteceria ainda em 2007, o último Conselho de Ministros do ano adiou esse ponto da sua ordem de trabalhos, sem divulgação de nova data para o efeito.

Entretanto, o linguista português Malaca Casteleiro já reagiu negativamente a este adiamento imprevisto, qualificando-o de «lamentável».

1939-2007 A amiga francesa do português

A francesa Solange Parvaux, pioneira na luta pelo ensino do português em França, morreu sábado, em Paris, aos 68 anos, de cancro. A importância de Parvaux para a promoção do português no seu país foi imediatamente sublinhada pelo embaixador de Portugal em Paris, que ainda no sábado divulgou um comunicado em que a classificava como «um verdadeiro arauto da ...