Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Quando se estuda gramática na escola, aprende-se o que é um sintagma nominal: o sintagma nominal é consituído por um nome em torno do qual gravitam vários tipos de constituintes, entre eles o adjectivo.

Em relação àquilo que é designado pelo nome, o adjectivo pode qualificar (ataque terrível) ou classificar (ataque cardíaco).

Mas vale a pena analisar de perto a função ou pertinência de alguns adjectivos em expressões (sintagmas nominais) que foram entrando no ouvido.

Porquê Dunkirk, em vez de Dunquerque?

Duinkerke em flamengo, Dunkerque em francês, Dunquerque, em português. Os anglófonos dizem e escrevem Dunkirk. Mas porquê esta opção pelo topónimo em inglês, em detrimento da forma aportuguesada, na tradução/legendagem do documentário exibido1 pela RTP 2 sobre os bastidores do filme Expiação2?

Abriram-se as prendas de Natal. Se a prenda é um livro, o simples desembrulhar não permite tirar conclusões acerca do produto.

Veja-se o caso de dois livros de literatura infanto-juvenil, ambos traduções: A Flauta Mágica (Edições Hipòtesi/Kalandraka Editora) e A Vida de Um Piolho Chamado Matias (Edições Teorema). Ambos têm erros gravíssimos, que acusam uma má tradução e uma igualmente má revisão.

Listo apenas alguns desses erros.

Afinal quantos zeros tem um bilião? 9 ou 12?

Abordagem no semanário Expresso de 19 de Janeiro de 2008 (ver vídeo) sobre as duas escalas diferentes para classificar os números grandes. Como temos referido várias vezes aqui no Ciberdúvidas, só até ao milhão é que a terminologia é a mesma na Europa e nos EUA, assim como no Brasil. Depois, é a confusão permanente...

Uma pergunta muito simples que recebemos uma vez no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa foi esta: «O que é a globalização?» Na resposta dada diz-se que é o acto ou efeito de globalizar e que, em Economia é, basicamente, o processo de eliminação das restrições estatais aos intercâmbios entre fronteiras.

Esta semana, o papa falou de globalização na homília da missa do Dia de Reis. Considerou-a «uma névoa que cega as nações» e associou-a ao caos da Torre de Babel.

Os argumentos de quem está muito assustado com o novo Acordo e aparece na liça a combatê-lo são comuns, repetitivos. Rebato-os a seguir, ponto por ponto, mais uma vez.

Sacrifício feito ao Brasil

Aqueles que resistem ao novo Acordo apresentam argumentos nacionalistas, dizendo que há no novo Acordo subserviência ao Brasil.

A revista África 21 publicou, no seu n.º 12, de Dezembro de 2007, um conjunto de quatro textos sobre o Acordo Ortográfico. Aqui ficam eles em linha, com os devidos agradecimentos ao seu director executivo, o jornalista Carlos Pinto Santos.

Malaca Casteleiro: «Desde 1911 que andamos nisto»

Acordo Ortográfico, quem quer adiar de novo?

Andanças da minha escrita

Prós, contras ou assim-assim

 

Quem tenha feito, agora por alturas de fim de ano, uma ronda pelos sites de algumas agências de viagens ou tenha folheado algumas revistas de turismo encontrou, de certeza, um grande ajuntamento de palavras como réveillon, champanhe, verve, charme, bon vivant, foie gras, garçon, habitué, etc. Tudo galicismos, ou seja, palavras emprestadas do francês. (...)

«Não vai mudar a fundo as coisas. As implicações que isso tem do ponto de vista económico sempre sobram para os países mais pobres.»
Mia Couto, escritor moçambicano

«Para um país como Angola é muito importante aplicar o acordo, porque este vai fazer aumentar a circulação do livro e facilitar a aprendizagem e a alfabetização, que é, neste momento, a coisa mais premente para Angola e Moçambique.»
José Eduardo Agualusa, escritor angolano

Os tementes a Deus, os reverentes da Academia e os assustados da gramática andam numa fona discreteando acerca do Acordo Ortográfico. É lá com eles. Tenho para mim que não vou tirar o P ao Baptista nem desacentuar o advérbio cristãmente, com til a coroar o A. Não vou deixar de entender o Guimarães Rosa, o Graciliano, o Godofredo Rangel, o Rubem Braga, o Mia ou o Luandino por cada um deles escrever do modo, com o tom e o registo fonético, sintáctico ou ortográfico que muito bem desejarem.