Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Joaquim Vieira, novo provedor do Público, debruça-se, nesta crónica*, sobre vários e permanentes erros de um jornal que já teve como imagem de marca a preocupação pelo bom uso da língua portuguesa. Uma acentuada degradação já antes assinalada, e não poucas vezes, pelo seu antecessor no cargo, Rui Araújo.

Com o novo Acordo Ortográfico já ratificado pelo Governo [português] chega às bancas, em tempo recorde, o primeiro dicionário conforme as novas regras ortográficas do português — Universal, Novo Dicionário da Língua Portuguesa (Ed. Texto). Porém, e tal como tem acontecido com o acordo até agora, as opiniões em relação a este produto editorial dividem-se.

O acordo ortográfico outra vez

Nesse excelente serviço prestado a todos os utentes da língua que é o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa podemos ler vários artigos que discutem o novo acordo ortográfico. O grosso dos argumentos a favor e contra parecem situar-se em dois grupos.

Sobre a Vírgula

Texto da campanha promocional que assinalou os 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Sob o lema, “ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação”, também se encontra disponível em vídeo. Aqui.

Quem precisar de algumas dicas para decidir onde passar esta Páscoa pode recorrer a uma ou duas revistas especializadas em matéria de viagens.

Estas publicações têm como objectivo promover a compra de viagens a destinos turísticos, a lugares onde se desenvolveu uma indústria de férias. O destino turístico vai restaurar a alma e o corpo do comprador e vai ainda transformá-lo num ser distinto e singular. Daí que as "reportagens turísticas", que servem de ilustração às vistosas fotografias...

Estou certa de que a maioria esmagadora dos portugueses continua a não entender o que realmente se passa relativamente à questão do famoso Acordo Ortográfico assinado em 1991. Para muitos, o último episódio do ‘processo Acordo Ortográfico’, protagonizado pelo PR durante a recente viagem ao Brasil, publicitando uma decisão do Governo, terá significado que, por fim, o dito acordo entrou em vigor. Ora, tal não é verdade. (...)

Todas as línguas sustentam e reflectem o reservatório ideológico e o conhecimento de senso comum de uma comunidade de falantes. O recurso a provérbios, ditos, rifões e, de uma maneira geral, a todas as formas sentenciosas consagradas, é o momento em que esses conhecimentos compartilhados são explicitados no discurso. A função deste procedimento é atribuir empatia e autoridade àquilo que se está a dizer.

1. Ouviu-se, num programa de televisão recentemente transmitido ["Prós e Contras", RTP 1, de 10 de Março de 2008], referir a «aderência aos processos democráticos». Aderência ou adesão: qual o termo a utilizar neste caso?

As palavras adesão e aderência são muitas vezes consideradas sinónimas, pois ambas exprimem a ideia de ligação. Utilizam-se, no entanto, em contextos diferentes.

Por exemplo, deverá dizer-se «a adesão do público português aos filmes», e não «a aderência do público aos filmes».

Após três adiamentos em Conselho de Ministros [português], foi finalmente ratificado o novo Acordo Ortográfico que permite, segundo o especialista da língua João Malaca Casteleiro, «unificar o vocabulário geral em 98% dos casos». A decisão, que estava iminente desde o final de 2007, foi tomada no momento em que o Presidente da República [de Portugal] e o ministro da Cultura estão em visita oficial ao Brasil.

Todas as línguas incluem termos vagos no seu léxico, termos que se situam numa penumbra de significação, que não apresentam um conteúdo conceptual preciso ou delimitado. «Coisa» é uma palavra que apresenta um grau máximo de imprecisão semântica, mas há outras, com graus intermédios, como «questão», «matéria», «elemento». São palavras que apresentam os mais longos verbetes nos dicionários. Dada a sua vagueza, estas palavras servem...