Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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É um ditame constante das “novas” pedagogias: abordar as matérias indo ao encontro do tipo e do nível de saberes e interesses dos alunos.

Peço ao leitor o esforço de imaginar uma aula de Português. O professor dá início ao estudo de Os Lusíadas.

«Cessem do sábio Grego e do Troiano/As navegações grandes que fizeram.»

Quem são o sábio grego e o troiano? São Ulisses e Eneias, respectivamente.

Porque é que o poeta não disse logo os nomes deles?

Informação algo nebulosa

 

É certo que há dicionários que registam nubloso e nubiloso como sinónimos de nebuloso, mas é bom não esquecer que nebulosidade, como névoaé descendente do latim nebula e não do latim nubes (que deu nuvem). Nebulosidade, única forma dicionarizada, é a qualidade do que é nebuloso (do latim nebulosus).

«A empresa tinha aceite» uma determinada proposta, ouviu-se (…) num noticiário. «Tinha aceite» ou «tinha aceitado»? «Tinha entregue» ou «tinha entregado»? «Tinha eleito» ou «tinha elegido»?

A dúvida pode surgir porque estes verbos têm dois particípios passados, um regular, com a terminação em -ado ou em -ido (aceitado, entregado, elegido), e um irregular, reduzido (aceite, entregue, eleito). Existindo as duas formas, vamos, então, ver em que situações se utilizam.

No enredo do Acordo Ortográfico todos estão a desempenhar um mau papel.

O texto do Acordo em si tem contradições, omissões e instabilidade de critérios, já notadas logo desde 1986. Para além disso, permite manter muitas divergências ortográficas entre os países lusófonos.

As pessoas que se opõem ao novo acordo insistem em argumentos novos, alguns sem grande justificação ou nos quais há nítida intolerância.

Neste artigo procura-se rebater esses argumentos.

1 – Esclarecimento prévio

1.1 Defensor do novo acordo, isso não significa que o considere absolutamente perfeito. Penso que, quando se altera a língua, a mudança deve ser profunda (como a de 1911), para evitar novos ajusta...

A lexicografia começou a estruturar-se como disciplina linguística desde a primeira metade do século XVI, em vários centros humanísticos europeus. Foi inicialmente motivada pelas solicitações do ensino do latim como língua não materna, e encontrou na técnica tipográfica uma condição determinante para a sua configuração e difusão.

O novo ministro da Cultura [português], José António Pinto Ribeiro, [em declarações à agência Lusa, em Madrid, onde se encontrava em visita oficial à Feira Internacional de Arte da capital espanhola], considerou que deve ser o mercado e não moratórias a resolver a aplicação do Acordo Ortográfico, manifestando-se esperançado numa ratificação rápida do respectivo Protocolo Modificativo.

Um projecto para os próximos decénios

Não venho fazer um elogio comemorativo dos 100 anos do nascimento do antropólogo-sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, mas também não trago denúncias que se possam acrescentar ao repertório dos analistas do Estado Novo. Aceitei o convite para educar-me a mim. Tenho uma oportunidade de fazer uma leitura crítica de dois escritos de Gilberto Freyre. Poderei assim fazer alguns reparos sobre o “luso-tropicalismo” gilbertiano, t...

Nenhum falante conhece todas as palavras da sua língua materna. Por exemplo, escaque, soleto ou epónimo são palavras de que, seguramente, a maioria dos falantes nativos do português nunca ouviu falar.

Num artigo do último número do Diário do Alentejo, em que se evocam acontecimentos relacionados com o 25 de Abril — um espaço de memória —, são utilizadas duas palavras e uma expressão cuja história vale a pena conhecer: dias antes daquela data histórica, um repórter francês «aboletara-se» num hotel situado no Rossio [praça de Lisboa], dado ter tido conhecimento de um comunicado em que se afirmava que jovens oficiais portugueses tinham decidido «passar o Rubicão».