Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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O grau centígrado: um fóssil terminológico

Muito se tem escrito e falado sobre a utilização do grau centígrado como unidade corrente de temperatura. Nos jornais, na rádio e na televisão, uns dizem «grau Celsius», e outros falam no «grau centígrado». Mas subsiste, para algumas pessoas, a dúvida aparentemente eterna: a forma correcta é «grau centígrado», ou «grau Celsius»? (...)

«Alguém lhos

«Serena e o dorminhoco Djokovic com os troféus do Open da Austrália do ano passado. Alguém lhos tiram das mãos?»

Diário de Notícias, 17/01/2016

«Alguém lhos tiram»?!!

(...)

O novo dialeto

«Se [José Leite Vasconcelos – que estudou a dialetologia e a glotologia portuguesa, elaborando um mapa com as suas variantes, em finais do século XIX] vivesse hoje, confrontar-se-ia decerto com uma nova variedade fonética, que despontou nas últimas décadas pelos territórios da província audiovisual-desportiva e alastrou célere ao espaço informativo generalista: suspeito que o respeitável erudito o viesse a apelidar de "caixodrês", um "falar" hodierno que emerge da cultura nativa das margens da bacia do Tejo ("homo tagus"), coeva da novel idade geológica do Antropoceno, sucessora do desgastado Quaternário por via da excessiva intervenção humana no corpo do planeta Terra. (...)»

É o <i>lifestyle</i>, <i>stupid</i>

«(...) Novos mistérios cosmopolitas surgem todos os dias, sempre vestidos à inglesa, como winelovers espalhados pelo lounge a discutir o último jantar vínico num espaço underground. Quase os conseguimos ouvir gabar a experiência fine dinning e o chill out do seu próprio lifestyle. Ouvimos, sim, mas não é fácil perceber. (...)»

Trabalho jornalístico publicado na revista do semanário Expresso de 22/01/2016, à volta do vocabulário que caracteriza o cosmopolitismo contemporâneo, inçado de excessos de anglicismos e não só, nos usos da língua em Portugal por estratos sociais mais contaminados por um certo «novo-riquismo lexical», como o define o linguista João Valente, ouvido neste artigo que transcrevemos na íntegra, a seguir, com a devida vénia aos autores e ao jornal português.

Talentos e talentaços

A utilização da língua portuguesa na RTP é a prova acabada do talentaço reinante nos programas da estação pública nacional. A desmedida é tal, que o idioma de Cesário Verde, para não estar sempre a citar o trinca-fortes do Camões, não chega.

Got Talent Portugal é um dos seus mais jubilosos programas, acabadinho de ser anunciado, por acaso no insuficiente idioma do meu vendedor de pêra-rocha. (...)

A(s) pronúncia(s) do português do Brasil,<br> a propósito do Acordo Ortográfico

A propósito da referência na abertura "Palavras em dúvida, o espaço lusófono e ainda o Acordo Ortográfico" ao que foi declarado pelo convidado do programa Olhos nos Olhos da TVI24, o jornalista Nuno Pacheco, sobre o Acordo Ortográfico (AO), convém fazer algumas observações a respeito de a pronúncias no Brasil. Assim...

[Na imagem, uma adaptação do conhecido mapa dialetológico do Brasil que o filólogo e linguista brasileiro Antenor Nascentes (1886-1972) apresentou em O Linguajar Carioca, na sua segunda edição, de 1953. Proposta discutível e hoje ultrapassada, o referido mapa constitui, no entanto, uma síntese que ainda não encontrou outra que a substitua e atualize de maneira mais adequada (ver Valter Pereira Romano, Em busca de Falares a partir de Áreas Lexicais no Centro-Sul do Brasil, Universidade de Londrina, 2015, pág. 108). A adaptação provém do blogue A Formação da Língua Portuguesa do Brasil.]

Furacão
Por Joel Neto

A anunciada passagem do furacão Alex pelos Açores nesta data, 15/01/2016, nesta crónica de sabor local, publicada no Diário de Notícias, que transcrevemos com a devida vénia. Por decisão pessoal, o autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

As

Crónica de Edno Pimentel sobre a forma "soas", curiosa redução de pessoas que é recorrente no discurso oral angolano (texto publicado no jornal luandense Nova Gazeta, em 14/01/2016.

<i>Imigrante</i>, não; mas, sim, <i>refugiado</i>
Difereças de estatuto e respetivas razões

A diferença entre  ser-se um simples imigrante num pais como Portugal e ter que ter o estatuto de refugiado.

Crónica do jornalista João Paulo Guerra a propósito da crise provocada pela vinda para a Europa das populações que fogem à guerra na Síria e no Iraque, emitida no programa O Fio da Meada da Antena 1, com o título original "Palavra refugiado ou imigrante?".

Uma fartança de amor(es)

Não são conhecidas, mesmo a partir da base de dados dos frequentadores dos reallity shows das televisões existentes, muitas pessoas que assumam o dever de revelarem que amam à farta, se bem que utilizando o verbo haver para dar conta dessa nova medida do amor.

«Amo-te muito» é bastante diferente de «Amote há farta» pela simples razão da quantidade de amor que somos levados a pensar que deve possuir a (o) enfartada(o). (...)