Não são conhecidas, mesmo a partir da base de dados dos frequentadores dos reallity shows das televisões existentes, muitas pessoas que assumam o dever de revelarem que amam à farta, se bem que utilizando o verbo haver para dar conta dessa nova medida do amor.
«Amo-te muito» é bastante diferente de «Amote há farta» pela simples razão da quantidade de amor que somos levados a pensar que deve possuir a (o) enfartada(o).
Quem não conheceu amig@s que viverem apaixonados, em sobressalto febril que a paixão lhes impunha? Mas duvido que conheçam semelhante fartote de amor como o anunciado.
A confissão de quem escreveu a frase na placa que anuncia a chegada ao município de Montemor-o-Novo está provavelmente ligada à hipótese de o destinatário ali passar amiúde e saber a quem fartou com tanto amor e portanto só aparentemente é anónima.
Amote sem tracinho é bem um sinal de fartança que existe (daí o há) no pequeno grande coração cheio de amor.
Há farta; não há míngua na alma de quem alardeia o seu fartote de afeto a quem passa e satisfeit@ dê conta que afinal não foi em vão que encheu o coração do outr@ com tal abundância.
Em Montemor-o-Novo não há só uma fartura de bifanas a competir com as das Vendas Novas; também há amores tão fartos que se anunciam onde geograficamente começa o concelho.
Um conselho: amem à farta mesmo que exista um h a dar mais fartura ao amor.
Texto transcrito do blogue "O Chocalho", do autor, com o título "À farta".