É das lições mais básicas do português sem erros "de palmatória: o verbo haver no sentido de «existir» não tem sujeito – razão por que se conjuga somente na terceira pessoa do singular. Logo, mesmo quando acompanhado pelo verbo ir – ou de qualquer outro auxiliar –, no mesmo sentido, a regra mantém-se. Assim, "vão haver" falências sim, se não soubermos que o correto é «vai haver»...
P.S. – Como sempre, nestes casos de registo escrito, fica a dúvida da verdadeira autoria: se de quem a frase foi atribuída – o ex-ministro Miguel Poiares Maduro — ou se foi de quem transcreveu a entrevista do gravador. E mesmo que o erro tenha sido cometido oralmente pelo entrevistado, mandam os procedimentos jornalísticos que o deslize seja sempre corrigido na versão publicada. A não ser, claro, que, propositadamente, a intenção seja mesmo apontá-lo. Faltou então a sinalização clara, como mandam também as regras quando se expõem erros gramaticais desta monta, com o conhecido sic (sic erat scriptum), entre parêntesis reto.
Cf. ‘À muito tempo que não te via’, ‘hades’ cá vir. Estamos a dar mais erros de português?