A locução latina pari passu (literalmente, «com passo igual») encontra equivalente português na sequência «a par e passo», a qual historicamente é uma deturpação da expressão original. Entre gramáticos de tradição prescritiva, muitos condenam no século XX a forma portuguesa, considerando que a latina é a única correta; mas há outros que a aceitam. Entre os primeiros, conta-se Rodrigo de Sá Nogueira (1892-1979), que, no seu Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem (3.º edição, Lisboa, Clássica Editora, 198), considerou:
«A par e passo – Não se diga assim. Diga-se pari passu, pois que a expressão é latina. A sua tradução exacta é "com passo igual". – A locução a par e passo é uma adaptação errada da latina pari passu sob a influência analógica das começadas pela prep. a, como: a par, ao lado, à direita, à pressa, etc. – Leite de Vasconcelos, Lições de Filologia, p. 382, diz: "par e passo. Muitos dizem a par e passo, interpretando acústica, mas erroneamente, o lat. pari passu. O próprio Camilo, que conhecia de modo tão íntimo a linguagem do povo, escreveu nos Mysterios de Fafe, p. 42 (4.ª ed., Lisboa, Companhia editora): "A cegueira amorosa do artista recrescia a par e passo que a indole... de Rosa ia ganhando poderio". Não prestou aqui ao latim a atenção que um literato da sua polpa devia prestar.»
Entre os que toleram «par e passo», argumentando com o princípio da consagração pelo uso, incluem-se Vasco Botelho de Amaral (1912-1980), que, no Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português (1958), observou (artigo "Par e passo"):
«Este latinismo sofreu transformação, e daí resultou a expressão já portuguesa a par e passo, que não devemos hoje proscrever. Está enraizada na língua. Camilo no prefácio ao Dicionário de Domingos de Azevedo, escreveu: "A velha legislação da linguística extremadamente lusa... foi derrogada a par e passo que as ideias..." (pág. XII).»
No Ciberdúvidas, as posições também se dividem a este respeito: a expressão «a par e passo» é aceitável para Maria Regina Rocha ("'Par e passo' existe", 10/10/2003), mas F. V. Peixoto da Fonseca (1922-2010) não o recomendava ("Pari passu", 16/06/2016). A esta discussão, a rubrica Controvérsias junta em 30/05/2016 um contributo da professora Isabel Casanova, que, apoiada em José Pedro Machado (1914-2005), rejeita «a par e passo» e apresenta a locução latina como única correta.